Brasília - O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que as universidades brasileiras deveriam ser para poucos. Em entrevista à TV Brasil, na noite de segunda (9), Ribeiro defendeu a volta às aulas na educação básica.
Para Ribeiro, os institutos federais, com ensino tecnológico e profissionalizante, serão "a grande vedete" no futuro. Ele disse estar cansado de encontrar motoristas que têm graduação completa. "Tem muito engenheiro, advogado, dirigindo Uber porque não consegue a colocação devida, mas, se fosse técnico em informática, estaria empregado porque há demanda muito grande", disse o ministro.
FUTURO
"Então, o futuro são os institutos federais, como é na Alemanha hoje. Na Alemanha, são poucos os que fazem universidade. A universidade, na verdade, deveria ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade", completou Ribeiro. Os institutos federais, elogiados por Ribeiro, foram criados em 2008. O ministro disse que desconhecia, quando assumiu a pasta, a existência das 38 unidades.
Também admitiu que "tomou um susto" quando percebeu a variedade de atribuições da pasta. "Quando cheguei ao MEC, tomei um susto. Eu administro 50 hospitais universitários", afirmou ele. Não é a primeira vez que Ribeiro demonstra surpresa com a importância e tamanho do MEC.
"FILHINHOS DE PAPAI"
Segundo o ministro, metade das vagas nas universidades é destinada a cotas e a outra parte vai para os "alunos melhor preparados". "Eu acho justo, considerando que os pais desses meninos tidos como 'filhinhos de papai' são aqueles que pagam os impostos do Brasil, que sustentam bem ou mal a universidade pública. Não podem ser penalizados."