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A corrupção no Esporte, segundo a ONU

Gregório José
| Tempo de leitura: 2 min

Vira e mexe o esporte é acometido de falcatruas e desvios, enganações, corrupção, até mesmo em jogos sem grandes destaques e conhecimento no mundo dos desportistas e apaixonados por diversas modalidades. Nesta semana, o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) divulgou um relatório sobre o mundo esportistas e avaliou que pelo menos US$ 1,7 trilhão circulam no mercado de apostas ilegal por ano. E não é de hoje que isto acontece. Se pararmos para notar, um monte de empresas aparecem e é possível apostar aqui e ali, em jogos diários, nas mais diversas modalidades. De boxe e MMA indo para golf (pouco praticado no Brasil) ao tradicional futebol. Até partidas do e-soccer recebem apostas vultosas no decorrer do dia.

A divulgação deste, que é o primeiro Relatório Global sobre Corrupção no Esporte, traz um pedido de urgência por parte dos governantes de todos os países (todos mesmo) para que se combata a fraude e a corrupção nos esportes que, a princípio, deveria ser defendido. São partidas de futebol estranhas, onde um time que vem liderando e vencendo tudo, sofre um apagão e perde um jogo sem a menor probabilidade. Aí, quando se analisa as apostas feitas, é assustador o montante que, alguém lá no meio do nada, recebeu uma bolada porque "acreditou" no improvável.

Fraude, lavagem de dinheiro e corrupção.

Isso mesmo, alguém acabou recebendo, por fora (levou um porf ou purf, como se diz na gíria do malandro). O relatório da ONU pede uma resposta urgente, unificada e internacional para combater a negligência e a fraude em todo o setor. Mas, nós, amantes do esporte que pode ir de partida de futebol de botão, ao futebol paixão brasileira, passando pelo basquetebol, vôlei, natação, ciclismo, pedimos a anos para vermos alguém vencer sem ter que fraudar, sem comprar o adversário para facilitar o embate.

A corrupção existe em todos os graus e setores, mas no esporte está movimentando trilhões de dólares e é aí que reside a venda e o tráfico de drogas, de seres humanos, de joias e pedras preciosas e, por fim, a nossa preciosidade maior que é a nossa dignidade. Tem jogadores que arrebentam em partidas, marcam gols fabulosos e erram um pênalti sem mais nem menos. Tem craques que arrasam em partidas e, embaixo das traves, consegue chutar uma bola tão mal que nem em pelada domingueira acontece. Pode até parecer que falamos deste ou daquele jogador, mas ocorre aqui, ali e em qualquer País do mundo, afinal, a corrupção é intrínseca ao ser humano. Até quando teremos que conviver com corruptos e corruptores?

Teremos que fazer como Diógenes que, 4 séculos antes de Jesus Cristo, em plena luz do dia costumava caminhar por Atenas, com uma lanterna nas mãos, à procura de um homem honesto?

O autor é jornalista/radialista/filósofo.

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