Não é difícil encontrar bauruenses pelos quatro cantos do mundo. E na disputa da final mais importante de clubes do futebol, não seria diferente. Palmeirenses fanáticos de Bauru estão vivenciando a expectativa do título mundial que pode acontecer na tarde deste sábado (12), às 13h30 (horário de Brasília), no Estádio Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Parada dura. O jogo será diante do poderoso Chelsea. O milionário time inglês foi campeão da Liga dos Campeões da Europa e é considerado favorito. Mas a torcida de Bauru pelo Verdão está confiante no deserto. E por incrível que pareça, nesta semana, vem fazendo frio na terra dos sheiks do petróleo.
Um dos que deixaram Bauru para acompanhar a saga palmeirense de pertinho, na arquibancada, é Luiz Malavolta Júnior, 37 anos. Alviverde desde o berço, o amor pelo Porco surgiu quando viu, ainda criança, os títulos do avassalador time de 1993 e 1994, na chamada era Parmalat e o ataque dos 100 gols. Ele embarcou sozinho, precisando deixar a esposa Cristiane Malavolta e o filho Luiz Victor, que não poderia perder as aulas. Por lá, encontrou alguns bauruenses e alguns amigos próximos, Ciro e Gabriela Galli, Júnior Christianini, Arthur Zuim Neto.
PERRENGUES
Malavolta recorda que decidiu viajar para o Mundial após assistir a entrevista de posse da presidente Leila Pereira, que empolgou a torcida, segundo ele. E como ele viaja com frequência, aproveitou os pacotes de milhas aéreas para poder custear passagens. Em solo estrangeiro, o maior medo era de ser testado positivo para covid-19, lá, e ter sua participação nos jogos vetada pelo governo local.
"Aqui eles são extremamente rígidos. Só entra e circula pelas ruas quem não está positivado para a doença. Passaporte e cartão de vacinação são obrigatórios. Se eu tivesse teste positivo ao chegar aqui, teria que ficar de quarentena sem poder sair do hotel. Nas ruas, se andar sem máscara, a multa é equivalente a R$ 1 mil. E se te pegarem com o nariz de fora da máscara, a punição é de R$ 500. Para entrar em Abu Dhabi, vindo de Dubai, os policiais federais deles nos fiscalizam. Quem estiver na rua, com covid, é preso", comenta o bauruense.
CULTURA
Ele acrescenta que a cultura chama a atenção, devido a religião local, que é a muçulmana. "Cerveja aqui são só os estrangeiros que consomem. Tudo é bem longe, bonito e não há nenhum lixo no chão. E a comida tem sido difícil e nos surpreendemos com bacon de camelo. A sexta-feira deles é o nosso sábado e o nosso domingo é o sábado deles. Nas ruas e até para posar para fotos, homens e mulheres não podem se abraçar. Só podem homem com homem, amigos, pai e filho, por exemplo. E as estrangeiras nas ruas precisam deixar apenas o rosto de fora", explica.
Perguntado sobre quem leva o título, ele está confiante demais na vitória do Verdão. "Aqui no estádio a Fifa anunciou a entrada do Palmeiras como campeão Mundial (Taça-Rio 1951). Me arrepia falar isso: o Palmeiras vai ser bicampeão, tenho certeza. Não vi o título de 51, mas vou ver esse. Vai ser um jogão!", finaliza.
BOA RECEPÇÃO
Já o médico Luiz Antônio Sabbag assistiu a semifinal e vai acompanhar a decisão ao lado da esposa Silzely Rojas Sabbag. Eles chegaram dia 1.º de fevereiro, primeiramente em Dubai, onde aproveitaram para fazer turismo. "Unimos dois desejos, o de vir para cá, que era antigo, e o mundial do Palmeiras. Estamos confiantes. Parece que estamos jogando em casa, já que tem muitos brasileiros aqui. Saímos com a camisa do Verdão na rua e somos cumprimentados em português. O povo árabe é muito receptivo, educado e servil. Precisei recorrer a uma 'chantagenzinha' com a esposa, para virmos. Afinal, quando é que teremos outra oportunidade dessas, não é!?", destaca o ex-diretor da Secretaria de Saúde de Bauru. Um amigo que ele descobriu que foi para lá também é o médico Arthur Rocha Lima, de Bauru.