Wagner Teodoro

Vaga dramática e clássico à vista

04/09/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Foi sofrido. Foi heroico. Emocionante. O Noroeste, contra praticamente todas as probabilidades, está nas quartas de final da Copa Paulista. O time bauruense, que teve um péssimo começo de competição e ficou na lanterna do Grupo 1 durante boa parte da primeira fase, "acordou" no returno, encaixou uma sequência de três vitórias - Botafogo, Sertãozinho e Comercial - e foi buscar a vaga como segundo melhor terceiro colocado no aproveitamento de pontos entre os três grupos da disputa estadual. Traduzindo: o Norusca fez a oitava campanha entre os oitos classificados. E, assim, ironia do destino, vai encarar o arquirrival Marília, líder geral, no mata-mata.

Agora, o campeonato é outro, como diz a velha máxima do Esporte. Mata-mata é um torneio à parte dentro da competição. E o Marília, que vive melhor momento do que o Norusca, se entra com algum favoritismo, é bem menor do que seria diante de qualquer outro oponente. O fator clássico nivela o confronto entre equipes que fazem campanhas bem distintas. O MAC está melhor? Sim. Alguém, analisando racionalmente, pode apontar um franco-favorito para chegar às semifinais? Eu acredito que não.

Não acredito em um Noroeste disperso como pareceu em alguns confrontos do início da Copa Paulista. Afinal, ninguém no elenco tem vaga cativa para a próxima temporada e a competição estadual, além de premiar os finalistas com a inserção no calendário nacional, via Copa do Brasil ou Série D do Campeonato Brasileiro, também serve de avaliação para a diretoria e comissão técnica já pensando na Série A2 do ano que vem. Profissionalismo, comprometimento, dedicação, empenho são qualidades fundamentais para a permanência no Alfredão. E a Segundona paulista não é brincadeira. Camisa pesa, tradição conta, mas é preciso qualificar o elenco para não passar sufoco.

O adeus de Serena

A estadunidense Serena Williams, um dos maiores nomes do tênis em todos os tempos, encerrou sua carreira nas quadras. Aos 40 anos, a tenista foi derrotada pela australiana Ajla Tomljanovic no US Open e o jogo marcou seu adeus da modalidade.

Serena se aposenta ostentando uma galeria de troféus, marcas e recordes que a colocam, para muitos, como a maior atleta da era aberta do tênis. Na minha opinião, bola Steffi Graf e Martina Navratilova jogaram mais do que Serena, mas é inegável a qualidade, o domínio que ela exerceu em sua geração e o legado que deixa em quadra e fora dela, com forte ativismo, defendendo causas sociais e enfrentando preconceitos.

Serena revolucionou o tênis feminino, trazendo uma potência que arrasava as adversárias. Ela se impunha valendo-se de seu físico. Um misto de força, velocidade e precisão, porque também tinha técnica e talento. O resultado de tamanha combinação foi uma ascensão meteórica. Ela surgiu no "rastro" da irmã, Venus, para se tornar praticamente hegemônica.

Serena deixa o esporte com 39 títulos de Grand Slam - em simples, foram 23 (sete Australian Open, três Roland Garros, sete Wimbledon e seis US Open), um a menos do que a australiana Margaret Court, maior vencedora de Slams da história. Além disso, conquistou quatro ouros olímpicos - três em duplas com Venus, em Sydney-2000, Pequim-2008 e Londres-2012 -, e venceu em simples nos Jogos de Londres-2012.

Serena e Graf são as únicas a ganhar todos os torneios de Grand Slam e faturar o ouro olímpico em simples. A estadunidense ficou ainda 319 semanas como número 1 do mundo. Serena se aposenta e ganha o status imediato de lenda. E deixou uma pontinha de esperança para os fãs. Quando indagada sobre reconsiderar a decisão de se retirar, mandou um "quem sabe?".

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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