PIRACICABA ANTIGA

Pelourinho e enterros: documentos da câmara contam histórias

Por DA REDAÇÃO |
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Leite/Câmara de Piracicaba

A Câmara de Piracicaba disponibilizou no acervo online o 8° Livro de Atas, que contém 191 documentos que registraram sessões do Legislativo realizadas entre 1847 e 1852. A série documental está disponível no site da Câmara para acesso público.

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O livro apresenta deliberações dos vereadores da época sobre diferentes assuntos daquela época na história de Piracicaba. Entre os temas estão zeladoria em geral, lançamento de fintas (taxas), divisas de terras, construção e reforma de pontes, entre outros. A pesquisa foi realizada pela estagiária do setor, Natália Paiva Simões Marques.

A arquivista Giovanna Calabria, chefe do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara, lembrou que existem debates interessantes neste livro de atas. Um deles, do final de 1849, refere-se aos sepultamentos realizados na igreja Matriz da cidade, levantado pelo então vereador Salvador de Ramos Correa. Ele defendeu a suspensão dos sepultamentos no templo e a instituição da cobrança de uma taxa para os enterramentos nos corredores ou locais similares, para a realização das obras.
Já o então vereador Joaquim Rodrigues César defendeu a proibição total dos sepultamentos na igreja, para coibir abusos. A discussão foi adiada e retomada na sessão seguinte, quando o presidente da Casa em exercício, Francisco Ferraz de Carvalho, em discurso, sugeriu a proibição definitiva dos sepultamentos na Matriz. “É neste momento que os vereadores começam a questionar se enterrar pessoas na igreja é higiênico, é saudável, é bom para o público”, conta a arquivista.

O 8º Livro de Atas ainda traz outro tema, na mesma época, que chamou a atenção dos pesquisadores: a limpeza da cadeia pública. O então presidente da Casa, Domingos José Lopes Rodrigues, iniciou a discussão ao questionar a despesa com o serviço, que não estava prevista em orçamento. Na ocasião, foi levantada a possibilidade de os próprios presos ficarem responsáveis pela limpeza. No entanto, o senhor Fiuza argumentou que a medida não era adotada por falta de ferros, já que os detentos precisavam executar o serviço presos pelas pernas em correntes.

Também consta nesse livro a discussão sobre a retirada do Pelourinho, que era localizado na atual praça José Bonifácio, destinado a castigar criminosos e pessoas escravizadas. A questão foi levantada pelo então vereador Antônio Fiuza de Almeida, que indicou a necessidade de retirar o Pelourinho do local, por considerar um descrédito para a vila “a sua existência aos olhos públicos”. A proposta foi colocada em discussão e passou.

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