Pela primeira vez na história, a proporção de não-leitores no Brasil supera a de leitores, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro. O estudo revela que 53% da população não leu sequer parte de um livro nos últimos três meses, marcando uma queda significativa no hábito de leitura no país.
Desde 2019, o Brasil perdeu 6,7 milhões de leitores, enquanto a mídia de leitura anual por pessoa caiu de 4,95 para 3,69 livros. Dados da Associação Nacional de Livrarias reforçam o cenário preocupante: 60% da população não tem o hábito de ler, e mais de 40% perderam o interesse por livros ao longo do tempo.
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De acordo com Tati Iaconelli, especialista em edição de livros e sociedade da editora Ofício das Palavras, o crescimento das redes sociais e plataformas digitais está diretamente ligado a essa desvantagem. “O aumento do uso das redes sociais e das plataformas digitais tem consumido grande parte da atenção das pessoas. Vivemos em um momento em que as informações são rápidas e superficiais, o que prejudicam a capacidade de focar em leituras mais profundas e longas”, explica a especialista.
Apesar dos desafios, Tati ressalta a importância de estimular a leitura, especialmente desde a infância. “A leitura traz benefícios significativos para a saúde cognitiva e emocional. Ela estimula o cérebro, melhora a memória, amplia o senso crítico e desenvolve a criatividade. Além disso, ajudar a aliviar o estresse e proporcionar equilíbrio emocional, permitindo que as pessoas se desconectem do caos cotidiano”, afirma. Para ela, é fundamental criar iniciativas que incentivem o hábito de ler e facilitem o acesso aos livros. “O Brasil precisa entender que a leitura é um pilar essencial para a formação de uma sociedade mais crítica, criativa e emocionalmente equilibrada”, conclui a especialista.
Enquanto o desejo pela leitura regride, resgatar esse hábito se torna cada vez mais urgente.
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