Esporte

São Paulo, Santos e Vasco se encaixam no perfil de investimentos dos árabes

Por Da Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
ANÁLISE DO CENÁRIO O ex-técnico René Simões, que trabalhou em várias ocasiões no Catar, entre 1990 e 2006, aponta potenciais times que interessariam. Foto: Arquivo
ANÁLISE DO CENÁRIO O ex-técnico René Simões, que trabalhou em várias ocasiões no Catar, entre 1990 e 2006, aponta potenciais times que interessariam. Foto: Arquivo

Clubes com sérias dificuldades financeiras, mas com chance de conquistar títulos são opções mais atraentes para bilionários

A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que os países árabes, entre eles Catar e Emirados Árabes Unidos, poderiam comprar dois clubes brasileiros, gerou expectativa no meio futebolístico nacional. Muitos clubes grandes estão passando por sérias dificuldades financeiras, em um momento no qual o futebol brasileiro, outrora considerado o melhor do mundo, vive um período de inferioridade técnica e tática em relação ao europeu.

Com a nova lei que possibilita a transformação de clubes em empresas no Brasil, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto último, o cenário se tornou mais propício para investidores. E atraente para países endinheirados do Oriente Médio, como o Catar, que entraram no mercado do futebol, após períodos de grande crescimento em função da descoberta do gás natural e da exploração do petróleo.

O futebol brasileiro passou a ser um mercado em potencial dentro de uma estratégia do Catar de se promover para o mundo. É natural, com isso, que o possível investimento seja direcionado a um clube grande e não a alguma agremiação para crescer em longo prazo, conforme afirma o ex-técnico René Simões, que trabalhou em várias ocasiões no Catar, entre 1990 e 2006.

"Se eu conheço um pouco da personalidade do xeque (Tamim bin Hamad al-Thani) e de outros membros da família real, eles vão investir em um clube grande. Querem ganhar. Não querem projeto para cinco anos. Tem de ser um clube com repercussão internacional. Na França, por exemplo, eles foram em uma equipe de porte local, o PSG, buscando justamente títulos e conquistas internacionais", diz.

PERFIS

Simões aponta três clubes que se encaixariam neste tipo de projeto, principalmente porque passam por sérias crises financeiras: São Paulo, Santos e Cruzeiro. "Pensando com a cabeça deles, eu compraria o São Paulo, tricampeão mundial com excelente estrutura e que está precisando muito de investimentos. É uma pena ver o São Paulo, uma referência anos atrás, nesta situação. O Santos é outro nome fantástico para esse tipo de projeto. Já vem ligado ao nome de Pelé, que seria, mesmo sem assinar nada, um investimento agregado muito interessante. O Cruzeiro também tem uma boa imagem por lá, é um clube que está em uma situação difícil e tem uma grande torcida", acrescenta.

Simões pertence à legião de treinadores brasileiros que participaram da estruturação do futebol no Oriente Médio desde os anos 1970. Era uma época em que a infraestrutura local era precária, conforme ele conta. Sua primeira experiência foi em 1982, quando ele trabalhou nos Emirados Árabes Unidos.

"Os treinos eram feitos em um campo de terra. O estádio tinha uma grama sintética, mas ainda sem oferecer as melhores condições de jogo. Jogava-se até de tênis. Hoje a situação é outra, principalmente com o enriquecimento destes países a partir do petróleo e do gás natural. Os estádios são maravilhosos, há dinheiro jorrando, a infraestrutura é excelente. A Copa do Mundo de 2022 será referência neste sentido", observa Simões.

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