Artigo

Ana Laura de Almeida: A dor que não passa

Por Redação |
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Arquivo Folha
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Descrever a dor é algo muito difícil. Cada pessoa tem uma experiência dolorosa única, desse modo ela é altamente subjetiva. Já dizia Paulinho da Viola: “A dor é minha, não é de mais ninguém. Aos outros eu devolvo a dó. Eu tenho a minha dor!” Mas, algumas características nos permitem separar a dor em: aguda e crônica.

A dor aguda é um mecanismo de defesa do nosso corpo. Ela nos avisa de que algo não vai bem. Ela ativa nosso mecanismo de proteção e evita que prejudiquemos mais a área afetada, como quando evitamos de nos apoiar em uma perna quebrada, por exemplo. Também pode ser sinal de alguma doença, como a dor no peito que precede o infarto de miocárdio. Ela é uma dor repentina, forte e recente. O problema é quando ela não é tratada adequadamente e se transforma em dor crônica.

Porque se a dor aguda persiste por muito tempo ela pode causar alteração nas células nervosas, que continuam enviando sinais de dor mesmo sem receber estímulos para tal. Toda dor cronificada induz à neuroinflamação, neuroplasticidade e neurodegeneração, que perpetuam e até mesmo aumentam o sinal doloroso.

A dor crônica é aquela que persiste por mais de 3 meses, e que já perdeu sua função de alertar e proteger. Muitas vezes ela persiste além da cura da lesão que a originou.

Ela se torna a doença, e assim pode causar incapacidade física, alteração psicológica e social. No Brasil cerca de 30% da população sofre com dor crônica. Entre as dores crônicas mais comuns estão as enxaquecas, dores de coluna, musculares e decorrentes de câncer.

O tratamento tradicional é multidisciplinar, envolvendo cirurgias, fisioterapia e principalmente medicamentos. Mas novas pesquisas apontam cada vez mais os benefícios que técnicas como acupuntura, terapia cognitivo-comportamental, Biofeedback, meditação (Mindfulness), entre outras, podem trazer no controle da dor crônica, melhorando a qualidade de vida desses pacientes.

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