Quando estreou em 2010, The Walking Dead apresentou uma primeira temporada com apenas seis episódios, o suficiente para cativar uma legião de fãs ao redor do mundo conectados à história do xerife Rick Grimes. Quem diria! Um policial caipira tentando sobreviver a um apocalipse zumbi tornando-se o programa de TV mais visto nos domingos norte-americanos.
Adaptada de uma outra mídia, os quadrinhos, a série enfrentou críticas desde o início por parte dos fãs “originais”, aqueles que acompanhavam as HQs de Robert Kirkman e Tony Moore desde 2003. Mesmo assim, é um marco da televisão mundial, lançou ao estrelato diversos atores e atrizes, alguns com os cachês mais altos da televisão, é aclamada pela crítica e pela audiência.
Isso cresceu por cinco anos, até a quinta temporada, período em que bateu recordes de audiência nos Estados Unidos e consolidou público em outros países, como o Brasil. A partir da sexta temporada, transmitida entre 2015 e 2016, um sentimento de insatisfação começou a ser ventilado. Hoje, às vésperas da estreia da décima temporada, o cenário é o seguinte: a audiência é quatro vezes menor do que já foi.
A falta de criatividade começou a cansar com repetição excessiva de estratégias de suspense, episódios inteiros em que nada de relevante acontece, a não ser nos minutos finais, além da morte de personagens amados (que não morrem nem nos quadrinhos). Isso tudo foi revelando uma dificuldade de manter o ritmo de temporadas anteriores, tornando cansativo e desinteressante de se acompanhar.
Ficção de terror me atrai desde criança: consumo livros, filmes, revistas, games e séries. George Romero, diretor dos clássicos de zumbis A Noite dos Mortos-vivos, Madrugada dos Mortos e outros, é meu primeiro ídolo no cinema. Então, fico surpreso por ter desistido de The Walking Dead, que começou com personagens interessantes tentando sobreviver na caótica queda da humanidade e tornou-se um emaranhado de personagens subutilizados em enredos fracos e previsíveis.
Parei de acompanhar após a oitava temporada, pois já vinha cochilando em vários episódios desde a sétima. Antes, passava meses ansioso por notícias de novos episódios, para saber quais momentos dos quadrinhos seriam adaptados. Agora, lhes ofereço este artigo.
Fernando Verga é jornalista e mestre em Comunicação
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