Com o advento da internet a vida mudou rápido demais! Tão rápido que não deu tempo de nos prepararmos para essa geração que já nasce com o celular na mão! Pais e filhos estão vivendo esse novo momento na sociedade, mas (como tudo que é novo) isso gera medo. Afinal, como lidar com essa avalanche de tecnologia que invade os nossos lares e os quartos dos nossos filhos trazendo o melhor e o pior do mundo para eles? Como garantir que eles vão ter uma infância saudável, alegre e cheia de amigos? Dá para lutar contra toda essa modernidade e os riscos que ela traz para a saúde física e mental dos nossos filhos? Dá para protegê-los das baleias azuis e das Momos? Não sei se existe uma receita pronta para isso, mas acredito que mesmo pertencendo a um outro século ou época, cabe aos pais orientar os filhos a terem bom senso e equilíbrio em tudo na vida, inclusive na forma como utilizam essas novas ferramentas tecnológicas. Nunca entendi bem por que uma criança que está na educação infantil precisa ter um celular de última geração! Agora, no momento em que a criança começa a ter outras atividades fora de casa além da escola e já tem alguma autonomia para andar sozinha, aí sim, o celular pode ser uma opção bastante útil para que elas possam manter os pais ou responsáveis informados. Nunca me esqueço do dia em que atendi um casal de pais numa escola de horário integral. Eles chegaram muito preocupados com as notas do filho, que estava quase perdendo o ano. Era um menino tranquilo, mas passava a manhã toda dormindo na sala ou estava sempre meio desligado, aéreo. Quando perguntei até que horas ele jogava, os pais não souberam responder, porque eles iam dormir, “pois tinham tido um dia cansativo”. O problema começava nesse momento: o menino ia para o quarto, não incomodava ninguém, mas passava a noite jogando. De manhã, acordava às 6 horas para entrar às 7h30 no colégio e ficar até as 18h. Sugeri aos pais que retirassem a TV e o computador do quarto do menino e que estipulassem um horário para que ele desligasse o celular e o entregasse aos pais. Isso seria mantido até que as notas melhorassem. O remédio foi amargo, mas rendeu bons resultados.
Maristela Gripp é professora
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