Piso nacional sobe para R$ 1.621 e terá aumento real limitado pelo arcabouço fiscal
O salário mínimo será reajustado em R$ 103 em 2026, passando de R$ 1.518 para R$ 1.621, conforme decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última semana. O novo valor entra em vigor a partir de 1º de janeiro.
O reajuste representa uma alta de 6,79% em relação ao mínimo vigente em 2025 e segue a política de valorização retomada em 2024, que considera a inflação e o crescimento da economia como base para o cálculo. A inflação utilizada foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro de 2025, que ficou em 4,18%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao índice de inflação soma-se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes — no caso, o de 2024, que avançou 3,4%, conforme números revisados pelo IBGE. No entanto, o arcabouço fiscal limita o ganho real acima da inflação em 2,5%, o que reduziu o impacto total do crescimento econômico no cálculo final.
Com essa restrição, o reajuste do salário mínimo em 2026 ficou nos 6,79% anunciados pelo governo. De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), caso o crescimento do PIB fosse repassado de forma integral, o valor do mínimo chegaria a R$ 1.636, ou seja, R$ 15 a mais do que o piso oficial.
Segundo estudo do Dieese, cerca de 61,9 milhões de pessoas têm renda referenciada no salário mínimo no país, entre trabalhadores formais, autônomos, domésticos e beneficiários do INSS.