O sábado (25) amanheceu pesado em Piracicaba. O sol mal apareceu, e a região do Bosques do Lenheiro ainda respirava o cheiro de fumaça e o eco dos tiros e mortes, que marcaram uma das madrugadas mais tensas do ano. O que começou como uma sexta-feira tranquila terminou em caos, fogo e medo em várias regiões.
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Tudo começou por volta das 7h20 da noite desta sexta (24), quando dois homens foram mortos em um confronto com a Força Tática no bairro Gilda II. Segundo a polícia, a equipe foi até a rua Luiz Antônio de Moraes após uma denúncia anônima de que homens armados preparavam uma remessa de drogas.
A chegada das viaturas virou gatilho para o pânico. Os suspeitos reagiram a tiros, e o que se ouviu nas ruas foi um tiroteio intenso, que durou vários minutos.
Quando o confronto cessou, os dois homens estavam mortos. No local, os policiais apreenderam duas armas de fogo, drogas e um carro usado no tráfico. A Polícia Civil e a Perícia Técnica chegaram na cena do crime tentando identificar os mortos e apurar a ligação com facções criminosas da região. Mas o que parecia ter acabado, estava só começando.
Logo depois a revolta tomou conta das ruas. Moradores incendiaram ônibus da empresa Rápido Sumaré nos bairros Bosques do Lenheiro e Jardim Gilda. Uma viatura da perícia teve os pneus furados, e o medo se espalhou pela cidade.
As chamas podiam ser vistas de longe, e as equipes do Corpo de Bombeiros tiveram que agir com cautela, aguardando liberação policial para conter o fogo em segurança. A empresa confirmou as perdas e suspendeu temporariamente as rotas que passam pelas regiões afetadas.
Durante toda a madrugada, viaturas do Baep, da Força Tática e da PM se espalharam pelos acessos aos bairros. Moradores se trancaram em casa, com medo de novos ataques.
Na manhã deste sábado (25), Piracicaba acordou em alerta. As ruas ainda tinham marcas do fogo e da correria. O transporte público continuou interrompido na região e o policiamento segue reforçado.