O clima é de preocupação e desconfiança em Piracicaba. Desde a morte confirmada nesta quarta-feira (15), de uma pessoa com suspeita de intoxicação por metanol, muita gente deixou de beber até a tradicional dose de cachaça em bares, adegas e festas — e o medo fala mais alto do que a vontade de brindar.
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“Eu sempre gostei de tomar uma pinga de leve, mas agora nem chego perto. Vai saber o que tem dentro da garrafa”, contou o morador do bairro Morumbi, Fernando Elias Alberoni. O mesmo sentimento se espalhou por todos os cantos da cidade.
Nas redes sociais e grupos de WhatsApp, circulam alertas e boatos sobre marcas suspeitas. A Vigilância Sanitária confirmou que está recolhendo amostras de bebidas em comércios e fiscalizando rótulos falsificados. “É um veneno invisível. A pessoa bebe achando que é vodca boa e morre sem saber o porquê”, disse o vendedor Marcelo Gutierrez .
A suspeita é que a vítima fatal tenha ingerido uma bebida adulterada com metanol, um produto químico usado em solventes e combustíveis. O consumo pode causar cegueira, parada respiratória e morte rápidamente. O caso é será sendo apurado.
Desde a primeira constatação, aumentaram as denúncias de vendas clandestinas em pontos improvisados e festas de bairro. A polícia investiga a origem da bebida e tenta rastrear o lote que pode ter chegado a outros municípios da região.
Enquanto a apuração não termina, o medo virou rotina. Muita gente agora evita qualquer destilado e só compra produtos lacrados, de procedência conhecida.