O Brasil registra um aumento súbito nos casos e óbitos por intoxicação por metanol, uma situação que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou como "anormal". Em entrevista ao UOL News, do Canal UOL, Padilha informou que o número de ocorrências em São Paulo, somente nos meses de agosto e setembro, atingiu o total da média anual brasileira.
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O Ministério da Saúde determinou o reforço na notificação e a ampliação das investigações.
"Por conta desse crescimento anormal em São Paulo, nós estamos falando em agosto e setembro de ter tido em São Paulo o mesmo número que tem na média por ano em todo o Brasil nos últimos anos da nossa série histórica, nós determinamos o que a gente chama da notificação imediata, ou seja, assim que o profissional de saúde faz a notificação, esse dado subir de imediato para o sistema", declarou Padilha.
O ministro, que também é médico, recomendou cautela no consumo de destilados, destacando que bebidas de origem incerta elevam o risco de intoxicação. Ele orientou comerciantes e consumidores a buscarem a confirmação da procedência dos produtos.
Padilha listou três regras que defende para o consumo de qualquer bebida alcoólica:
O ministro salientou a importância dessas medidas preventivas: "Não custa absolutamente nada, nesse período, até o esclarecimento da situação, até a identificação de quem comete esses crimes, as pessoas reforçarem os cuidados para a ingestão de bebidas, sobretudo de destilados".
Padilha afirmou que o Governo Federal e o Estado de São Paulo trabalham em conjunto para gerenciar a crise do metanol. Questionado sobre o possível envolvimento de organizações criminosas, como o PCC, ele evitou cravar a participação do grupo.
"Quando se falou em organização criminosa, não estava se falando sobre A, B, C... Ninguém falou sobre isso. Quem citou isso [o PCC] foi, no caso, o governador. A Polícia Federal está abrindo todas as possibilidades, porque se você vai para uma investigação, você não descarta possibilidades a priori de envolvimento, sobretudo que envolva metanol, que tem a ver com combustível, dimensão nacional. Você tem que pensar em organizações criminosas, que já foi demonstrado que tem atuação sobre isso", concluiu o ministro.