05 de dezembro de 2025
PROIBIÇÃO

ANVISA proíbe manipulação de Ozempic; entenda

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Reprodução/Freepik
A proibição é temporária e permanecerá em vigor enquanto a Anvisa define um novo procedimento para a importação desses insumos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a manipulação de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, usados no tratamento de diabetes e obesidade. A decisão, publicada na última segunda-feira (25), abrange as versões “biotecnológicas” e “sintéticas” de princípios ativos como a semaglutida, liraglutida e tirzepatida.

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A medida da Anvisa tem como objetivo principal garantir a segurança e eficácia dos produtos, uma vez que as versões manipuladas não têm os mesmos controles de qualidade exigidos da indústria farmacêutica. Segundo a Agência, a produção dessas substâncias a partir de "ingredientes vivos" importados — como é o caso do Ozempic, pode gerar alto risco sanitário.

A proibição é temporária e permanecerá em vigor enquanto a Anvisa define um novo procedimento para a importação desses insumos. As farmacêuticas que já possuem registro no Brasil, como a Novo Nordisk (fabricante do Ozempic e Wegovy) e Eli Lilly (Mounjaro), continuam autorizadas a importar os ingredientes para a produção de seus medicamentos originais.

O que dizem as empresas e associações

A Novo Nordisk, em nota oficial, classificou a decisão da Anvisa como um "benefício para a saúde pública e para o paciente brasileiro", reforçando que os medicamentos manipulados podem apresentar riscos como dosagem incorreta, ineficácia ou contaminação. A empresa também argumenta que o preço das versões manipuladas não é significativamente diferente dos produtos originais.

Por outro lado, a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) não se manifestaram oficialmente sobre a decisão. No entanto, em declarações anteriores, o Sindusfarma questionou a capacidade das farmácias de manipulação de realizar o controle de qualidade rigoroso exigido pela Anvisa.

O sindicato afirmou ter feito denúncias à agência, alegando que farmácias de manipulação estariam produzindo esses medicamentos em grande escala e estocando-os, o que seria uma violação da legislação.