05 de dezembro de 2025
PREVENÇÃO

Piracicaba inicia vacinação contra febre amarela hoje (14); veja

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 3 min
Foto: Divulgação

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, dá início nesta segunda-feira (14), a uma campanha intensificada de prevenção contra a febre amarela. A medida visa conter o avanço da doença, que já registra casos confirmados em municípios da região, como São Pedro e Itirapina.

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A principal estratégia é a ampliação do acesso à vacina, considerada a ferramenta mais eficaz na prevenção e controle da febre amarela. Cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – Caxambu, Centro, Vila Rezende, Novo Horizonte e Parque Piracicaba – terão horário de funcionamento estendido, das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira, para aplicação do imunizante.

O vice-prefeito e secretário de Saúde, Dr. Sérgio Pacheco, ressaltou a importância da ação, especialmente porque o período de maior ocorrência de casos humanos da doença, conhecido como período sazonal, vai de dezembro a maio. "Desde 2019, o Estado ampliou a abrangência da vacinação. Desta forma, hoje, a vacina está disponível em todas as unidades de saúde de Atenção Básica do município, UBSs e USFs (exceto UBS Paulista), de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h, além do horário noturno a partir da próxima semana", destacou.

Para receber a vacina, os interessados devem apresentar documento de identificação com foto que contenha o número do CPF ou Cartão SUS, além da caderneta de vacinação, se possuírem. O endereço de todas as unidades de vacinação está disponível no site da prefeitura.

Foco na Zona Rural e viagens

Carina Baron, gerente da Cevisa (Centro de Vigilância em Saúde), informou que a partir do próximo dia 26, as equipes da Secretaria de Saúde intensificarão a vacinação com foco especial na população da zona rural. "Entre as ações estão a vacinação extramuros, a busca ativa e vacinação de indivíduos não vacinados", explicou.

Baron reforçou a importância da vacinação para todos, mesmo para quem não planeja viajar. No entanto, ela alertou que pessoas que pretendem se deslocar para áreas de mata, beira de rios, pesqueiros ou praticar turismo ecológico em localidades com circulação viral conhecida – em humanos ou em macacos – devem redobrar a atenção. "Se não houver registro da vacina de febre amarela, precisam se vacinar com dez dias de antecedência da viagem para melhor proteção", enfatizou.

Sinais de alerta para Febre Amarela

De acordo com o Ministério da Saúde, o esquema vacinal varia conforme a idade de início da imunização. Crianças que começaram a vacinação antes dos 5 anos de idade devem receber duas doses, sendo a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. Já para aqueles que iniciaram o esquema após os 5 anos, uma única dose é suficiente para a proteção por toda a vida. Contudo, se a pessoa recebeu apenas uma dose antes de completar 5 anos, um reforço é necessário.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, com evolução abrupta e gravidade variável, podendo ser letal em suas formas mais graves. Causada por um vírus transmitido por mosquitos, a doença possui dois ciclos de transmissão: urbano, transmitido pelo Aedes aegypti, e silvestre, transmitido principalmente pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. No ciclo silvestre, primatas não-humanos (macacos) são os principais hospedeiros e também vítimas da doença, com os humanos sendo hospedeiros acidentais.

A febre amarela é uma doença de notificação compulsória imediata. Isso significa que qualquer caso suspeito – seja a morte de primatas não-humanos ou casos humanos com sintomas compatíveis – deve ser comunicado às autoridades locais em até 24 horas após a suspeita inicial.

Em caso de encontrar um macaco morto, a orientação é: não toque no animal, não o enterre e evite a aproximação de crianças, outros animais e curiosos. A população deve comunicar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) pelo telefone (19) 3427-2400 e aguardar a chegada de um técnico de saúde.

Vale lembrar que, o macaco não é um transmissor da doença para os seres humanos. Contudo, encontrar o animal morto é um sinal do avanço da doença na região.