O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba registrou um aumento alarmante nos atendimentos médicos causados por ataques de cães. De janeiro a abril de 2025, foram notificados 591 casos, um crescimento de 413% em comparação com o mesmo período de 2022, quando 115 ocorrências foram registradas.
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Os dados, fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) de São Paulo, revelam uma tendência de alta que não se limita apenas ao primeiro quadrimestre deste ano. O total de atendimentos anuais também indica uma escalada preocupante:
• 2024: 1.451 atendimentos
• 2023: 854 atendimentos
• 2022: 372 atendimentos
Além do aumento no número de incidentes, os casos mais recentes são ainda mais graves. Entre janeiro e abril de 2025, duas pessoas morreram em decorrência de ataques de cães na região. Em 2022, houve um óbito, mas em 2023 e 2024, não foram registradas mortes por essa causa.
As internações também subiram. Em 2024, 18 pessoas precisaram de hospitalização após ataques, enquanto em 2023 e 2022, foram oito e nove casos, respectivamente. A SES atribui as mortes e internações à força da mordedura dos animais.
O DRS de Piracicaba abrange 26 cidades, incluindo Águas de São Pedro, Araras, Limeira, Rio Claro e São Pedro, o que reflete a amplitude do problema na região.
Segundo especialistas, a pandemia do COVID-19, pode ter sido um fator que afetou os animais, e gerou um aumento nos problemas relacionado à ataques. Durante o isolamento, houve um crescimento de 400% na busca por animais para adoção, de acordo com dados da UIPA ( União Internacional Protetora dos Animais). Muitos tutores, trabalhando e vivendo em casa, ofereciam companhia constante aos pets.
No entanto, com o retorno às atividades presenciais, os cães que se acostumaram com a presença de seus donos passaram a ficar sozinhos, desenvolvendo distúrbios mentais, incluindo agressividade. Esse cenário, somado ao crescimento do abandono - que se seguiu à flexibilização - contribui para o disparo nos casos de hospitalização após ataques.
A combinação de abandono e problemas mentais nos animais é apontada como a principal razão para o acréscimo nos ataques desde 2022.