Um túnel gigantesco está sendo construído sob o Mar Báltico para conectar a Dinamarca à Alemanha. Com 18 quilômetros de extensão, a estrutura ligará a ilha dinamarquesa de Lolland à região de Schleswig-Holstein, no norte alemão, e promete transformar o tráfego entre os dois países. A estimativa é que a obra elimine até 160 km de percurso para veículos e trens — um avanço que deve impactar diretamente o transporte terrestre na Europa.
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Apesar de não superar o Eurotúnel, que liga a França ao Reino Unido com 37,9 km, o Túnel do Estreito de Fehmarn será o mais longo do tipo "imerso" já feito. Em vez de ser escavado sob o fundo do mar, o túnel está sendo construído com segmentos de concreto moldados em terra e instalados a cerca de 12 metros de profundidade. Esses blocos são encaixados no leito marinho como peças de um enorme quebra-cabeça. A vedação entre as partes é garantida por cilindros hidráulicos e camadas de borracha, que evitam infiltrações. “As estruturas foram planejadas para resistir até a impactos de alta velocidade, oferecendo segurança para quem trafegar por ali”, afirma Gerhard Cordes, gerente do projeto.
A obra é considerada um marco da engenharia contemporânea. Para sua construção, a maior draga do planeta e a maior usina de concreto do mundo estão sendo utilizadas no canteiro de obras — o maior da Europa atualmente. Estima-se que o projeto utilizará aço suficiente para construir 50 Torres Eiffel. As obras começaram em 2020, no lado dinamarquês, e em 2021, no lado alemão. Algumas seções do túnel já estão prontas e aguardam a instalação no fundo do mar. A conclusão estava inicialmente prevista para 2029, mas já há registro de atrasos no cronograma. Veja abaixo o estado da construção do túnel em março de 2025:
Embora o túnel vá integrar um importante corredor europeu de transportes, interligando o norte ao sul do continente, os custos da obra estão sendo inteiramente cobertos pela Dinamarca. O investimento previsto é de 7,5 bilhões de euros — aproximadamente R$ 48,4 bilhões. O ministro dos Transportes da Dinamarca, Thomas Danielsen, destaca a importância estratégica da estrutura: “É uma obra que vai conectar regiões, diminuir distâncias e fortalecer a integração entre os países europeus”.
A iniciativa integra um esforço da União Europeia para melhorar a mobilidade por meios terrestres e reduzir a dependência do transporte aéreo. Ao facilitar o fluxo de trens e veículos, o túnel deve contribuir para um modelo de transporte mais eficiente e menos poluente. Com sua conclusão, o Túnel de Fehmarn não apenas encurta caminhos, mas também sinaliza uma nova era na forma como a Europa se conecta — por baixo do mar.