ARTIGO

O Agro além do campo

Por Alex Madureira |
| Tempo de leitura: 3 min

Quando se fala em agronegócio, muitos ainda pensam apenas em plantações e rebanhos. Mas o agro brasileiro é muito mais do que o campo: é indústria, tecnologia, logística, comércio, energia, ciência e desenvolvimento. O agro é, hoje, uma das forças que mais movimenta o presente e define o futuro econômico do nosso país.

No Brasil, cerca de um quarto do Produto Interno Bruto vem direta ou indiretamente do agronegócio. Esse número, por si só, já mostra a dimensão do setor.

Porém, o impacto real é ainda mais profundo: cada safra bem-sucedida, cada colheita recorde e cada inovação tecnológica no campo se espalham por toda a cadeia econômica, das fábricas de insumos às transportadoras, dos portos aos supermercados, das startups rurais às universidades.

O agro também é responsável por fortalecer a indústria nacional. As máquinas agrícolas, os fertilizantes, os defensivos, os equipamentos de irrigação e os veículos pesados movimentam fábricas, geram empregos e estimulam a inovação tecnológica. O mesmo acontece no setor de serviços: cresce a demanda por transporte, crédito, seguros, consultorias, tecnologia da informação e comunicação. É o campo impulsionando a cidade.

Outro ponto fundamental é o papel do agro na economia internacional. O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, e isso dá ao país peso geopolítico e credibilidade. Quando o agro vai bem, o Brasil se fortalece no cenário global, atrai investimentos e estabiliza o câmbio. O dólar que entra pelas exportações ajuda a equilibrar as contas públicas e a conter a inflação. É o campo ajudando o país a crescer com segurança.

Mais do que gerar riqueza, o agro é também sinônimo de inovação e conhecimento. A agricultura de precisão, o uso de drones, sensores e inteligência artificial têm transformado o modo de produzir, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Cidades como Piracicaba se destacam como polos tecnológicos e acadêmicos do setor, mostrando que o agro moderno nasce tanto nos laboratórios e startups quanto nas lavouras.

Mas o agro também é, cada vez mais, sustentabilidade e energia limpa. As práticas modernas de produção, o uso de biocombustíveis, a integração lavoura-pecuária-floresta e a busca por eficiência ambiental mostram que produzir e preservar podem caminhar juntos. Esse é o novo agro, que entende seu papel na preservação e na responsabilidade social.

Há ainda o impacto social e regional. O crescimento do agronegócio fortalece cidades médias e pequenas, gera empregos de qualidade, melhora a infraestrutura e cria novos polos de desenvolvimento. O interior do estado de São Paulo é exemplo disso, onde tantas cidades se transformaram em centros de inovação ligados ao campo. Isso significa oportunidade para quem estuda, trabalha e acredita no futuro do Brasil produtivo.

Por tudo isso, é preciso enxergar o agro não como um setor isolado, mas como um motor de integração nacional. Quando o agro cresce, o país cresce junto. O transporte melhora, a indústria se moderniza, a tecnologia avança, o comércio se aquece e o emprego aparece. O agro está presente na mesa do brasileiro, mas também na energia que move o trator, no combustível do carro, no crédito do banco e na exportação que sustenta o real.

O Brasil é, por vocação e competência, uma potência agroambiental. Cabe a nós, como representantes públicos, criar políticas que garantam competitividade, inovação e sustentabilidade para esse setor que alimenta o mundo e impulsiona o país. O agro é mais do que produção: é desenvolvimento, é futuro, é Brasil em movimento.

Alex Madureira é Deputado Estadual na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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