FIM DOS HOMENS?

Pesquisas indicam desaparecimento do cromossomo Y no futuro

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
A ausência desse gene inviabilizaria o nascimento de indivíduos do sexo masculino
A ausência desse gene inviabilizaria o nascimento de indivíduos do sexo masculino

Estudos científicos indicam que o cromossomo Y, responsável pela determinação do sexo masculino nos seres humanos, está passando por um processo gradual de redução genética. Pesquisadores afirmam que, se essa tendência se mantiver, o cromossomo pode desaparecer completamente ao longo de milhões de anos, o que pode afetar diretamente a continuidade da reprodução humana.

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O cromossomo Y, apesar de conter um número limitado de genes, é essencial no processo de diferenciação sexual. Ele carrega o gene SRY, que atua na formação dos testículos durante o desenvolvimento embrionário. A ausência desse gene impede o desenvolvimento de características masculinas, o que, na prática, inviabilizaria o nascimento de indivíduos do sexo masculino.

Dados da pesquisa apontam que, ao longo de cerca de 166 milhões de anos de evolução, o cromossomo Y humano perdeu aproximadamente 900 genes ativos. Atualmente, restam cerca de 55. A estimativa é que, mantendo-se a taxa de perda observada, esse cromossomo pode desaparecer completamente em cerca de 11 milhões de anos.

Apesar da projeção, cientistas consideram a possibilidade de que a espécie humana desenvolva, ao longo da evolução, um novo mecanismo genético para a determinação sexual. Essa hipótese se baseia na observação de espécies de roedores que já passaram por processos semelhantes.

Em estudos realizados com ratos-toupeira da Europa Oriental e ratos-espinhosos do Japão, foi verificado que algumas dessas espécies já não possuem mais o cromossomo Y ou o gene SRY. Em um dos casos, pesquisadores da Universidade de Hokkaido, no Japão, identificaram que a função do gene SRY pode ter sido assumida por uma duplicação genética próxima ao gene SOX9, no cromossomo 3, que desempenha papel semelhante no processo de diferenciação sexual.

Essas descobertas indicam que a perda do cromossomo Y não implica necessariamente na extinção da espécie, desde que outros mecanismos genéticos possam surgir como substitutos funcionais.

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