ESPÉCIE

Fóssil de dinossauro é encontrado após enchentes no RS

Por Da Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
Pixabay
O fóssil deve ajudar a entender mais sobre os dinossauros que ocupavam o topo da cadeia alimentar naquele momento
O fóssil deve ajudar a entender mais sobre os dinossauros que ocupavam o topo da cadeia alimentar naquele momento

As chuvas intensas no Rio Grande do Sul (RS) nos meses de maio e junho revelaram o esqueleto quase completo de um dinossauro que provavelmente está entre os mais antigos do mundo, com a idade estimada em 233 milhões de anos.

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontraram um fóssil parcialmente exposto em um sítio fossilífero no interior de São João do Polêsine, na Região Central do Rio Grande do Sul.

O fóssil deve ajudar a entender mais sobre os dinossauros que ocupavam o topo da cadeia alimentar naquele momento. A descoberta foi relatada pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da universidade, que coordena os estudos.

A espécie achada pertencia à família de predadores do Triássico conhecida como Herrerasauridae. Esta família de carnívoros caracteriza-se por ser um dos grupos mais antigos da linhagem dos dinossauros.

As escavações duraram quatro dias e ocorreram no final de maio. Após extraírem a rocha com o fóssil, os pesquisadores tiveram a dimensão de que se tratava de um dinossauro quase completo, com cerca de 2,5 metros de comprimento.

Segundo a Agência Brasil, o esqueleto do dinossauro recém-descoberto está quase totalmente preservado.

O material vai trazer muita informação anatômica”, avaliou o paleontólogo Rodrigo Müller, da UFSM.

“É um animal carnívoro, bípede, então andava com as patas atrás e tinha as mãos livres para manusear presas provavelmente. A gente não tem como dizer que ele já tinha alcançado o tamanho máximo. Apesar de ele ter 2,5 metros (m) de comprimento, em indivíduos desse grupo que chegavam até 5m ou 6m de comprimento. Talvez ele pudesse ter crescido mais se não tivesse morrido na época”, relatou.

A definição da idade do animal, de acordo com Müller, é feita por meio da rocha em que está inserido, e que se forma com o fóssil quando o animal é soterrado. “Esse sedimento muitas vezes vai carregar alguns elementos que podem ser datados. Precisam ser alguns elementos radioativos. E, aí, a gente faz uma quantificação do peso atômico dele, e se consegue chegar a uma idade. É um cálculo complexo. Não é algo que a gente chega no sítio e faz na hora. Tem que fazer toda uma análise”, informou.

A região onde o fóssil foi encontrado é integrada pelos municípios Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins. Ela compõe o Geoparque Quarta Colônia e, de acordo com o Cappa, é rica em material paleontológico, aflorando rochas do Triássico, abundantes em fósseis de vertebrados, invertebrados, plantas e icnofósseis.

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