DIREITOS

Piracicaba já emitiu 760 carteirinhas de identificação de TEA

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Governo de São Paulo

Lançada no Estado de São Paulo em 2023, a CipTEA (Carteira de Identificação da pessoa com Transtorno do Espectro Autista) é um documento que auxilia na identificação de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Em um ano de vigência, já foram emitidas mais de 64 mil carteirinhas em todo o estado, segundo a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Em Piracicaba, 760 pessoas já emitiram o documento, sendo que 318 emissões aconteceram no ano de 2024.

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O documento é considerado um avanço para os direitos das pessoas com TEA, já que facilita a identificação dessas pessoas em serviços públicos e privados em todo o território paulista. “A carteirinha do CipTEA facilita muito a vida dos autistas, sejam adultos ou crianças, como tbb para as famílias. Antigamente era necessário andar com o laudo para comprovar que a pessoa é autista. A carteirinha facilita o pronto atendimento e a prioridade no acesso aos serviços públicos e privados, sejam nas áreas de saúde, educação e assistência social”, afirma a psicopedagoga Eliana Saliba, fundadora do IAP (Instituto Autismo de Piracicaba). O uso da carteirinha garante, também, que a pessoa tenha acesso a uma série de benefícios e prioridades, que vão desde o atendimento prioritário em mercados, unidades de saúde e agências bancárias, por exemplo, até a entrada gratuita em eventos culturais, esportivos e o direito a um acompanhante.

A CipTEA, porém, é apenas um dos recursos de identificação disponíveis para as pessoas com TEA. Classificada como uma deficiência invisível, as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista também possuem outros dois aliados: os cordões de girassol e o de quebra-cabeça. O girassol foi instituído como uma identificação para as deficiências invisíveis, que variam desde distúrbios de ansiedade, depressão, até a perda auditiva e o próprio TEA. Já o quebra-cabeça é um símbolo que representa a complexidade do TEA.

De acordo com Eliana, os cordões são tão importantes quanto a carteirinha, já que torna a identificação mais fácil. “O CipTEA, você pode colocar na carteira. Mas o colar é muito mais visível do que simplesmente um crachá, uma carteirinha pendurada. Ele facilita muito. A comunicação é só visual, a pessoa olhou o colar e já identifica que a pessoa é autista ou tem alguma deficiência invisível”, disse. “As pessoas acham que o indivíduo com deficiência invisível, por exemplo, está sendo mal educado ou está tendo uma crise e acha que é birra. Então, acho que o cordão facilita muito a vida dos deficientes”, completou.

Mesmo com esses passos, ela acredita que os símbolos ainda precisam ser mais difundidos. “É uma coisa muito importante, facilita muito, mas está pouco difundido no Brasil”, disse. “Tem um vídeo que circula na internet, de um homem que pergunta para as pessoas na Avenida Paulista se elas sabem o que os cordões significam, e ninguém sabia. “Precisa muito que seja feita uma divulgação de consciência do que significa o cordão de girassol e o cordão de quebra-cabeça”, completou.

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