RIO PIRACICABA

Privatização da Sabesp vai afetar vazão do Piracicaba, diz Bebel

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
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Roberto Gardinalli/JP

A deputada estadual Professora Bebel (PT) alertou que a privatização da Sabesp poderá fazer com que a vazão do Rio Piracicaba caia para menos de 10 mil litros por segundo a partir de 2027. Segundo dados do gabinete da deputada, atualmente, a vazão do rio já é afetada para que a água seja usada no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo. O Rio Piracicaba é responsável por 10% do abastecimento de água da cidade. A principal fonte de água do município é o Rio Corumbataí.

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A privatização da Sabesp foi aprovada por 62 votos favoráveis contra um contrário em sessão da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) em outubro de 2023. “Precisamos resistir desde já. Não podemos permitir a redução do acesso a este bem vital devido a interesses empresariais”, escreveu em suas redes sociais. Ainda nas redes, Bebel citou que a privatização é “um profundo ataque aos direitos do povo paulista”. Um dos argumentos é o de que a Sabesp é uma empresa lucrativa e que garante o abastecimento de água para cerca de 30 milhões de pessoas diariamente. Ela diz, ainda, que em mais de 300 municípios, a empresa atingiu 100% do atendimento de água e tratamento de esgoto.

“Para agradar seus parceiros do mercado financeiro, Tarcísio de Freitas vai na contramão de uma tendência mundial. Cidades como Atlanta e Indianápolis (EUA), Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Budapeste (Hungria), Joanesburgo (África do Sul), La Paz (Bolívia), e Paris (França), que após amargar com tarifas abusivas e péssimo serviço, estão reestatizando o saneamento”, argumentou durante sessão na Alesp. “Em 2022, a Sabesp apresentou uma receita líquida de R$ R$ 3.121,3 bilhões, 35,4% superior ao ano de 2021. Quando olhamos para a receita operacional, a Sabesp acumulou R$ 22.055,80 bilhões, uma alta de 13,2% em relação ao ano de 2021. Esses indicadores mostram os motivos que determinam nossa luta em defesa de uma Sabesp pública”, completou.

Nas discussões, os opositores à privatização também ressaltaram que a  Sabesp é a maior empresa de saneamento das Américas e a terceira maior empresa no mundo, que atende cerca de 30 milhões de pessoas, em pelo menos 375 municípios do estado de São Paulo.  Foi ressaltando que a Sabesp atua com uma das menores tarifas do país e pratica o sistema de subsídio cruzado, em que a receita nas maiores cidades possibilita investimentos nos pequenos e médios municípios, além de permitir o acesso ao saneamento básico em comunidades isoladas ou de baixa renda.

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