POLÍCIA

Suspeita de participar do sequestro de Marcelinho Carioca é presa

Amorim estava em liberdade desde o mês de janeiro. Conforme investigações, a conta dela foi uma das utilizadas para receber parte do dinheiro do sequestro do ex-jogador.

Por Francisco Lima Neto | 4 dias atrás | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução/Polícia Civil

Ao todo, 12 pessoas foram presas na operação da Polícia Civil paulista.
Ao todo, 12 pessoas foram presas na operação da Polícia Civil paulista.

Eliane Lopes de Amorim, suspeita de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, em dezembro de 2023, em São Paulo, foi presa em uma operação do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) na sexta-feira (21), contra uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em clientes de bancos.

Leia também: Cativeiro e dinheiro roubado: perguntas e respostas do caso Marcelinho

Amorim estava em liberdade desde o mês de janeiro. De acordo com as investigações, a conta dela foi uma das utilizadas para receber parte do dinheiro do sequestro do ex-jogador.

Ao todo, 12 pessoas foram presas na operação da Polícia Civil paulista. Amorim passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo). A Folha de S.Paulo entrou em contato com o advogado dela nesta segunda-feira (24), mas não foi atendida.

A quadrilha, segundo a investigação, montou uma "central do golpe" em um imóvel de luxo em condomínio em frente à represa de Igaratá, no Vale do Paraíba.

O local foi descoberto após denúncias de que um grupo com ao menos dez pessoas ocupava uma casa no condomínio Paraíso de Igaratá. A denúncia ainda apontava que o grupo circulava sempre com muitos notebooks e fones de ouvido com microfones, semelhantes a modelos comumente utilizados em centrais de atendimento ao cliente.

Policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos) foram ao local para investigar suposto crime de estelionato. Os policiais encontraram 12 pessoas na sala. Sete delas tentaram fugir pelos fundos. Porém, segundo o Deic, a casa fica no alto de um morro, com vegetação, e alguns dos suspeitos caíram, entre eles Amorim, que fraturou duas costelas. Todos foram presos.

Na operação, foram apreendidos 12 notebooks, 18 celulares e três veículos, além de um sistema de Internet por satélite.

Para o golpe, os criminosos entravam em contato com o correntista do banco alertando sobre uma quebra de segurança. Eles repassavam orientações e faziam a vítima seguir comandos que permitiam tirar o controle do aplicativo do bancário e também do aplicativo de mensagens.

Uma vítima do Rio de Janeiro acabou identificada. Ela perdeu R$ 49 mil por meio do golpe.

A equipe da 5ª Patrimônio encaminhou os sete suspeitos que tentaram fugir ao PS Santana. Todos receberam atendimento e foram liberados. O grupo responde por suspeita de associação criminosa e furto qualificado. Os sete que tentaram a fuga também foram enquadrados no crime de desobediência.

Relembre o caso

Marcelinho Carioca foi sequestrado em dezembro após sair de um show do cantor Thiaguinho na Neo Química Arena, em Itaquera, zona leste de São Paulo.

Na volta para casa, o ídolo do Corinthians parou em Itaquaquecetuba para deixar ingressos para a amiga, que conhecia desde a época em que foi secretário de Esportes na cidade, quando foi abordado por um grupo armado, que pediu cartões, senhas, o desbloqueio do celular e acesso ao Pix.

Ao lado da amiga, Marcelinho ficou em um cativeiro recebendo ameaças, entre elas a de que seria submetido a uma roleta-russa.

Em um primeiro momento, no dia 17 de dezembro, antes de o ídolo do Corinthians ser dado como desaparecido, uma pessoa não identificada pela PM teria feito um pagamento no valor de R$ 60 mil, supostamente a pedido de Marcelinho. De acordo com a PM, os sequestradores chegaram a pedir R$ 200 mil.

Na tarde do dia 18, já resgatado pela polícia, Marcelinho afirmou que havia sido coagido pelos criminosos a gravar um vídeo em que disse ter sido sequestrado após sair com uma mulher casada. No vídeo, que viralizou em aplicativos de mensagem, Marcelinho aparecia com o olho roxo e dizia que o autor do sequestro seria o marido da mulher.

A versão foi endossada pela mulher, que também aparecia no vídeo. Porém, segundo a polícia, a narrativa havia sido criada pelos sequestradores para despistar a polícia.

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