ARTIGO

Salve o XV de Novembro

Por Alex Madureira |
| Tempo de leitura: 3 min

Quando ecoa o velho hino do XV, de Jorge Chaddad e Anuar Kraide, e entram em campo as dez camisas zebradas de preto e branco no estádio Barão de Serra Negra, (só a do goleiro não acompanha o padrão) os torcedores, os atletas, dirigentes, crônica esportiva local, visitantes, vizinhos do estádio e a população de nossa cidade que companha essa trajetória de 110 anos, vibram e se emocionam. Uma paixão antiga da cidade, que se espalha por outras cidades do nosso Estado, do país e do exterior, onde quer que esteja um piracicabano da gema ou filho adotivo desta terra.

Foi lá no distante 15 de novembro de 1903, que cerca de 10 funcionários de uma marcenaria que funcionava numa rua que antes tinha os nomes de Rua da Cachoeira, depois Rua do Salto, em seguida Rua do Conselho até ser denominada Rua regente Feijó, aproveitavam a hora do almoço para as primeiras disputas num pasto ainda sem construções, para brincarem de jogar o nascente esporte importado da Inglaterra, chamado de “foot-ball”. A bola era feita de um punhado de trapos e meias velhas, já que as de capotão eram raras e com preços quase inatingíveis para os operários da época. Que ainda tinham que se explicar com as moradoras da cercania do terreno, quando a pelota, suja de barro, castigava os varais com roupas estendidas para “coararem ao sol”. Surgia o Club Sportivo de Piracicaba.

Que 10 anos depois, em 1913, deu origem aos antecessores do hoje XV de Novembro, o 12 de Outubro, formado pelos amigos da família Guerrini e o Vergueirense, da família Pousa. Foi então que veio o princípio da organização do nosso time querido da cidade, quando os dois grupos convidaram um dentista e integrante da Guarda Nacional em nossa cidade, por isso chamado de Capitão Carlos Wingeter, para presidir o novo clube, cuja fundação ocorreu na data em que se comemorava mais um aniversário da proclamação da república em nosso país. Sua diretoria era então composta por mais nove integrantes, um vice,1º e 2º secretários, entre eles o músico Erothides de Campos, que hoje dá nome ao nosso teatro do Engenho, 1º e 2º fiscais, capitão e vice capitão (representantes dos jogadores), um tesoureiro e um procurador.

Ao comemorar seus 110 anos neste 15 de Novembro, a nova diretoria do clube, presidida pelo empresário Luís Guilherme Schnoor, é composta por mais 13 dirigentes, um conselho deliberativo, um conselho vitalício, um conselho efetivo, presidido pelo advogado  Marcelo Magro Maroun , outro conselho suplente, com cerca de 50 membros, que opinam e orientam as ações do clube e um conselho fiscal, composto por um quadro social que ultrapassa 2.000 associados, que se juntam a outras dezenas que buscam se aproximar do clube a cada mês.

São milhares de jogos, gols, campeonatos conquistados, como o de 1983, 50 anos atrás, agora transformado num documentário “O eterno acesso”, com depoimentos de jogadores da época, que será lançado na Acipi, lançado no dia 14, mesma ocasião em que o vereador Laércio Trevisan, presidente do nosso Partido Liberal de Piracicaba, também prestará homenagem na Câmara Municipal a dirigentes e colaboradores do clube ao longo destes 110 anos de muitas conquistas e emoções.

Faço questão de ter, entre os meus guardados, livros sobre a história do clube, como do radialista Mário Luiz, lançado no ano passado e uma camisa que mandei confeccionar especialmente com o meu nome nas costas e o número 22, do meu partido, como recordação e demonstração de carinho por este clube, cuja paixão que exerce sobre nós piracicabanos, é imensa e a quem cumprimento nesta ocasião. E que venham novos desafios para seus dirigentes, atletas, comissão técnica. E que nos brindem em 2024 com grandes jogos e novas conquistas. Piracicaba agradece.

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