INDEPENDENTE

Projeto prevê espaço nos cinemas paulistas para filmes independentes

Produtores, cineastas e vereadores de Piracicaba se reúnem com o deputado Luiz Claudio Marcolino, autor do projeto

Por Redação | 23/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min
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Com o aumento de produções independentes de curtas, o deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), com apoio de diversos cineastas, elaborou projeto de lei, denominado Cota de Tela Paulista, que está tramitando na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) para que os filmes independentes produzidos no estado tenham espaço de exibição nas salas de cinemas em todo território paulista.

Os objetivos do Projeto de Lei nº 573/2023, que institui a obrigatoriedade de exibição de obras cinematográficas de produção independente nas salas de cinemas, serão discutidos em audiência pública nesta segunda-feira (26), às 14h, na Alesp. O evento reunirá cineastas, produtores e artistas do setor audiovisual independentes, além de estudantes da área, para contribuir e para divulgar a proposta.

Para preparar a audiência, o deputado promoveu uma reunião com cineastas de São Paulo e do interior, entre eles, Deivid Evaristo e Adolfo Borges, ambos do coletivo Cena 14 e com a vereadora Silvia Morales e o co-vereador João Scarpa do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, de Piracicaba.

“A audiência pública é a oportunidade de colocarmos em pauta algo que é tão importante à nós realizadores, que as obras cheguem ao público, que seja possível ampliar a diversidade cultural nas salas de cinema. Isso também provoca a estrutura vigente da exibição de filmes pasteurizados e enlatados que ocupam as salas de cinema”, enfatiza Bruna Epiphanio, produtora e realizadora audiovisual integrante do ICINE (Fórum de Cinema do Interior Paulista) e do coletivo Cena 14.

Se for aprovado pelos deputados e sancionado pelo governador, o projeto de lei garante que os cineastas possam requerer um espaço para exibição das produções independentes, por meio da cota de 10% dentro do limite de 10% já definidos nos artigos 55 e 59 da Medida Provisória 2.228-1/2001, que garante a exibição de filmes nacionais, nas salas de cinema comerciais do Brasil. “Existe a cota de tela nacional, que determina que 10% das exibições em sala de cinema sejam de produções nacionais. A proposta é que 10% destes 10% sejam de produções locais, dos produtores independentes nos municípios paulistas. Ou seja, se um cinema exibir 100 produções no mês, 10 devem ser filmes nacionais e um tem que ser de produção local/independente”, ressalta o deputado.

O projeto tem apoio de diversas entidades que reúnem produtores de centenas de cidades do Estado. O deputado Marcolino atua em todas as frentes possíveis que nos demandarem, buscando o fomento de políticas públicas que garantam oportunidades ao setor cultural e da economia criativa.

“As produções independentes geralmente ficam restritas a festivais e a um público especializado, como críticos e artistas. O grande público tem pouca oportunidade de acompanhar, prestigiar e aprender sobre sua própria cultura com as produções nacionais. Os trabalhos têm muita qualidade e tem conquistado cada vez mais reconhecimento no exterior, mas aqui no seu próprio país, têm pouco ou nenhum espaço. Esse projeto busca resolver esse problema e contribuir com a difusão da nossa cultura cinematográfica”, completa o deputado Luiz Claudio Marcolino.

Esse projeto contribui para democratizar o cinema nacional independente, no caso as produções paulistas. O projeto tem como proposta garantir a um produtor independente a requisição da exibição do seu filme nos cinemas da sua cidade ou em qualquer município do estado onde há salas de cinema, conforme as regras da cota. Para isso, o produtor não estará isento de pagar as taxas de exibição, como já é a prática desse mercado.

“A iniciativa do deputado Luiz Claudio Marcolino vai promover o sistema de cotas nas salas de cinema no estado, para produções paulistas. A medida pode incentivar ainda mais pessoas a se tornarem cineastas, principalmente com a aprovação das leis de incentivo à cultura como a Lei Rouanet, Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo que tem uma destinação maior de recursos para produções audiovisuais”, explicou o co-vereador João Scarpa, colaborador do projeto de lei.

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