O Samba Paulista agora é patrimônio imaterial

Por Rosângela Camolese |
| Tempo de leitura: 2 min

Nesta terça-feira, 19, tive o prazer de participar, no Palácio dos Bandeirantes, da solenidade de entrega do Diploma de Reconhecimento do Samba como Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo e do lançamento do programa Qualifica Samba. Um momento único de valorização da cultura paulista, especialmente ligada a afrodescendência.
  
No final desta semana, quando a pandemia nos obriga a ter um carnaval fora de época, temos que nos lembrar de onde veio sua principal atração: o samba.  
O samba que representa o Brasil no mundo, nasceu no Rio de Janeiro no início do século XX, trazido pelos negros baianos. Esta legítima expressão das comunidades afro sempre esteve ligada ao carnaval.
Desta raiz nasceram praticamente todos os ritmos nacionais, entre eles o samba-enredo que, nos próximos dias, estará levantando multidões no Sambódromo do Anhembi e na Marques de Sapucaí.
A realização deste carnaval em abril tem sido questionada. No entanto, precisamos ter em mente que além de ser uma tradição nacional, a indústria do carnaval gera emprego e renda para milhares de pessoas, movimenta a economia e atrai milhares de turistas para os desfiles.
O governo do Estado de São Paulo, a partir da decisão unânime do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – Condephaat, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, comandada pelo secretário Sérgio Sá Leitão, publicou a aprovação do registro das Práticas Carnavalescas do Estado, como patrimônio imaterial.
O parecer do órgão concluiu que elas “traduzem saberes, fazeres e uma identidade coletiva, que criam relações de pertencimento”. Este reconhecimento protege o patrimônio paulista com o registro das expressões artísticas ligadas ao Carnaval, valorizando a cultura popular.
A iniciativa partiu da Liga Independente das Escolas, que solicitava registro para os “Desfiles das Escolas de Samba”. O Conselho considerou que deveria ampliar a proposta de forma a “garantir a salvaguarda e reprodução da prática, a preservação dos saberes e a perenização da memória coletiva envolvida”. Para a conclusão desse processo, o Deputado Federal Alexandre Frota (PSDB) teve importante papel na interlocução entre o governo do Estado e os sambistas.
Afinal, as escolas desfilantes de São Paulo que nada deixam a desejar às cariocas, compreendem espaços culturais ligados ao samba. Elas surgiram dos antigos cordões e continuam promovendo sociabilidade, reunindo as camadas mais populares, principalmente afro descendentes que ali se legitimaram.
Já o programa Qualifica Samba, oferecerá apoio aos profissionais do carnaval oferecendo 1,8 mil vagas em cursos de qualificação e bolsa-auxílio de R$ 210. O Governador Rodrigo Garcia anunciou que em parceria com o Centro Paula Souza, serão colocadas à disposição das 34 agremiações da Liga, três carretas do Via Rápida, com cursos para seus integrantes. Até dezembro de 2022 serão atendidos 225 alunos ao mês, qualificando as comunidades do entorno das escolas e ampliando suas possibilidades de geração de renda. No evento, Sidnei Carriuolo Antonio presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de SP declarou-se emocionado com estas ações.

É o samba paulista e seus maravilhosos sambistas que continuam fazendo história!

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