Baroneza de Rezende: 100 anos de glória

Por Rosângela Camolese | 24/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min

No último sábado, 19 de março, vivi momentos de grande emoção e alegria ao participar da missa solene em homenagem ao centenário do Instituto Baroneza de Rezende. Pude rever a comunidade rezendina, autoridades, familiares, ex-alunos e, principalmente, Irmãs com as quais convivi.  
Foi um momento muito marcante, uma volta ao passado com muito orgulho. A Câmara Municipal também se fez presente numa iniciativa do vereador Acácio Godoy, com a entrega de uma Moção de Aplausos aprovada por unanimidade pelos nossos edis.
Posso afirmar que no Baroneza vivi um dos períodos mais felizes da minha infância. Entre 1965 e 1971, tive a honra de ser sua aluna. Foi lá que cursei os antigos jardim da infância, pré-primário e grupo escolar. Nestes meus primeiros anos escolares, descobri como era fascinante aprender. Mas era ainda mais estimulante por estar em uma escola incrível.
Sua história foi largamente comentada nos últimos dias, mas vale um breve registro. Em 1922, a Superiora Geral da Congregação das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição (F.I.C), enviava para o Brasil cinco religiosas com o objetivo de fundarem, em Piracicaba, a primeira escola dedicada às meninas. Na verdade, vinham atendendo a um pedido da filha do Barão de Rezende, Dona Lydia de Souza Rezende, uma mulher culta, à frente do seu tempo que percebia a necessidade que as moças da época tinham de receber educação de qualidade.
Ao falar dessa Congregação, tratamos de uma instituição quase bicentenária, fundada em 1843, na Áustria, pela Madre Francisca Lampel. Desta primeira semente piracicabana, hoje elas estão nos estados de Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e, além da Áustria, mantêm unidades educacionais na Alemanha, Austrália, Albânia, Eslovênia, Montenegro, França, Costa do Marfim e África do Sul.
A aceitação do trabalho nas comunidades onde atuam, deve-se, além da eficiente prática pedagógica, à filosofia que imprimem ao ensino: o amor, aquele amor de doação pregado por São Francisco de Assis.
Foi com elas que desenvolvi meu crescimento musical, aprendendo piano e canto coral e outras disciplinas musicais no Conservatório Dramático e Musical de Piracicaba, infelizmente extinto, também comandado pelo Instituto. Entre as várias professoras e professores do Conservatório, duas irmãs de sangue e de fé, Irmãs Cecília Moraes, diretora nos últimos anos em que lá estive, e Cacilda Moraes, me marcaram muito.
Graças a essa sólida formação musical, destaquei-me e fui credenciada para estudar música na Áustria, onde, por todo um ano, fiquei hospedada na casa-mãe das Franciscanas, em Graz. Lá, aperfeiçoei-me como pianista acompanhadora e solista, corais e harmonia musical.
O que é fundamental destacar da minha relação com o Instituto, é sua educação humanista com valores que trago pela vida. Ensinaram-me a prática da oração, mas principalmente me mostraram que é preciso ser ética e ter respeito para com o outro, independente de quem seja. Valores que estão resumidos em seu lema que é paz e bem.
Foram tempos gloriosos os que vivi naquele prédio histórico. São 100 anos que a história de Piracicaba está intimamente ligada ao Instituto Baroneza de Rezende que forma cidadãs e cidadãos de respeito, que somam e contribuem com seu crescimento e o desenvolvimento.    
Salve o centenário do Instituto Baroneza de Rezende!

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