Mulheres: a beleza do poder

Por Rosângela Camolese | 10/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Faz alguns anos que o termo e o conceito de empoderamento vem sendo largamente usado, em particular para referir-se aos espaços que nós, mulheres, vimos conquistando.
Por definição, empoderamento é a ação de se tornar poderoso, de passar a possuir poder, autoridade, domínio. Quando colocamos esse conceito no universo feminino, estamos falando do posicionamento das mulheres em todos os campos sociais, políticos e econômicos.
Dia desses, lendo as notícias da CNN, deparei-me com uma nota bem interessante. Pela primeira vez, uma imigrante negra, pernambucana, foi a vencedora do concurso Miss Alemanha. O fato de uma brasileira chegar a esta conquista não é comum, mas pode ser considerado um reconhecimento à beleza das nossas mulheres, largamente cantada em verso e prosa.
No entanto, a aparência foi apenas uma das razões que levou Domitila Barros, esse é o seu nome, ter sido escolhida Miss de um país tão distante e distinto do Brasil. A escolha, felizmente, está além do seu belo visual. Está no seu posicionamento diante da própria vida e da sua decisiva contribuição para com a comunidade em que sempre esteve inserida.
Ela nasceu na periferia de Recife e desde muito cedo, passou a atuar na ONG Centro de Atendimento a Meninas e Meninos, criada por seus pais. Sempre ativista, Domitila ganhou destaque nas redes sociais, divulgando o trabalho da família. Na virada do milênio foi convidada para representar o Brasil num encontro para a Educação, a Ciência e a Cultura, promovido pela Unesco, nos Estados Unidos.
Atriz e modelo, sua carreira internacional começou dez anos atrás, quando foi para a Europa graças a uma bolsa de estudos para fazer mestrado em ciências políticas e sociais na Freie Universität Berlin. Em 2018, a modelo bem sucedida torna-se também empreendedora social com a criação de uma grife de biquinis e joias veganas, produzidas só por mulheres da sua comunidade de origem. As peças fizeram sucesso e a grife foi participar da Semana de Moda de Berlim.
O concurso de Miss aparece na vida de Domitila quando ela toma conhecimento de que dele poderiam participar pessoas de qualquer idade, de qualquer raça e, principalmente, que o foco seria os valores pessoais das concorrentes. Acreditando no seu trabalho, inscreveu-se e foi a escolhida entre 159 candidatas, para nosso orgulho.
Nesta semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, considero importante dar destaque a essa moça e às suas conquistas, mas, particularmente, destacar a mudança no conceito de Miss que o concurso alemão traz.
Quero crer que seus organizadores entenderam que uma mulher não é apenas um corpo escultural e um rosto bonito. Pelo contrário! Esse concurso buscou se afastar do surrado estereótipo da mulher objeto para dar relevância à atuação social e aos valores que ela carrega.
Voltando ao empoderamento, temos visto a cada dia, que o número de mulheres que contribuem com a sociedade em que estão inseridas, felizmente, só faz crescer. Com sensibilidade, talento e precisão, elas agregam valor onde quer que estejam.
Que o exemplo do concurso alemão seja seguido por outros países e que o reconhecimento da força e da importância da mulher no mundo se torne cada dia mais presente.
Força e perseverança para nós, mulheres!

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