XV busca ‘exorcizar’ traumas para buscar o acesso após seis temporadas na Série A2

Por Laís Seguin |
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Segundo a diretoria do XV, o Clube está renovando seu plantel e contratando jogadores em quase todas as posições

Em 2022, o XV de Novembro entrará em campo pela Série A2 do Campeonato Paulista pelo sexto ano seguido. Muito para um clube que, em seus mais de 100 anos de existência, quase sempre figurou na elite do futebol de São Paulo. O time estreia na A2 no dia 26 de janeiro, contra o Velo Clube, em Rio Claro, quando começa mais uma caminhada em busca do tão sonhado acesso.

Mas não será nada fácil, pincipamente pelo histórico recente de eliminações. O fracasso dos últimos anos, para muitos, passa muito pela parte psicológica, mais que a técnica e a tática. Para outros, o time precisa “pensar grande”, com mais investimentos em atletas que podem dar a resposta em campo. O fato é que a torcida sonha com dias melhores, de preferência já a partir da temporada que está prestes a iniciar.

“Temos de nos estruturar mais para sair dessa incômoda Série A2; não aguentamos mais”, opina Emilia da Rocha Lima, a Lili, torcedora-símbolo do Alvinegro e figurinha carimbada nos jogos do XV, dentro e fora do Barão.

Os torcedores entendem que o clube tem de fazer um esforço para montar um grupo forte, a fim de conseguir o objetivo do acesso. A diretoria informou no início desta semana ao JP, por meio de sua assessoria de imprensa, que o clube irá fazer contratações em praticamente todas as posições, com exceção à lateral-esquerda. Ao longo da semana, o Nhô Quim anunciou um pacotão de reforços e promete mais nos próximos dias.

“O XV precisa voltar a pensar grande como sua história. Não adianta ficar com o pensamento de segunda e copinha todo ano”, declarou o radialista Fernando Lopes, um dos mais antigos setoristas do Nhô Quim, que pede para contratar “o melhor” de acordo com a saúde financeira do clube. “Caso não tenha essa possibilidade, que se comunique com clareza à torcida; não alimente esperanças porque o torcedor está cansado de ser iludido”, emenda.

O fracasso dos últimos anos parece mesmo que não sai da retina do quinzista, pois é tema recorrente das conversas nos arredores do Barão e em grupos nas redes sociais. “Enquanto a diretoria de futebol não entender que para algumas posições o gasto é investimento, não sairemos da A2”, esbraveja Antônio Carlos de Souza Leite, o Carlinhos, líder da organizada AR-XV.

Para Lili, o Alvinegro também precisa pensar na possibilidade de cuidar da “cabeça” do elenco de profissionais, pois nos últimos anos o time perdeu várias vezes o acesso logo na fase decisiva da competição e nos minutos finais dos jogos.

“Quanto a ‘dar um branco’ sempre numa reta final, eu entendo que o clube precisa de um profissional para trabalhar a cabeça dos atletas”, conta Lilia. “Essa sina de perder aos 48 minutos do segundo tempo está virando rotina, acho que pode ser ansiedade e falta de concentração”, concorda Alexandre Nascimento, chefe do Departamento de Eventos da Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras.

Seja como for, na visão dos torcedores, a disputa vai ser grande e acirrada, pois quase todos os clubes da A2 já participaram da elite do futebol paulista por pelo menos um ano – as exceções são apenas de três clubes (Primavera, Atibaia e Red Bull Brasil). Ou seja, todos querem figurar entre os melhores do futebol paulista.

Erivan Monteiro
erivan.monteiro@jpjornal.com.br

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