Poucos sabem, mas na segunda-feira, 22 de novembro, foi comemorado o dia da Música e dos Músicos. A data foi escolhida por ser dedicada, pela igreja católica, a Santa Cecília, padroeira desses artistas.
A história conta que tinha voz belíssima, quando cantava os anjos vinham ouvi-la. Era filha de uma rica família, obrigada a casar-se por interesses financeiros. Na noite de núpcias, com seu canto, convenceu o marido que permaneceria casta para Cristo até sua morte.
Cecília usou seu canto na conversão de pagãos e em situações dramáticas, como quando foi condenada à morte. Ela levou três golpes de machado e não foi decapitada. Ficou durante três dias, viva, na posição que caiu, cantando hinos e louvores a Deus. Por demonstrar que nos momentos mais difíceis a música alenta e salva, Santa Cecília foi escolhida como a padroeira dos músicos.
Também acredito no poder de transformação da música. Estes últimos dois anos foram prova disso. Quando a pandemia nos isolou, foi o trabalho online dos músicos que nos manteve unidos e na fé de que passaríamos pela Covid. E estamos passando.
E aí me lembro de bons e grandes momentos que evidenciaram a diversidade musical que Piracicaba tem o privilégio de reunir. Em 2006, por exemplo, o Teatro Losso Netto foi palco do Projeto Prata da Casa. Eram apresentações individuais de cantoras e cantores, sempre com casa cheia e bons resultados financeiros para eles.
Pudemos também criar e executar festivais para diferentes estilos. No Feimep, iniciativa que veio da Associação de Cultura Artística de Piracicaba, assumida pela Semac, reuniam-se músicos eruditos do país e do mundo em exibições públicas e para aprender uns com os outros em oficinas e masterclasses.
O Enacopi reunia grupos vocais. Nas primeiras edições, quando as condições financeiras eram mais favoráveis, recebemos coros internacionais como convidados e corais piracicabanos se apresentaram em outros países, graças a esse intercâmbio.
Da parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, por vários anos, o Engenho Central vibrou com as apresentações da Virada Cultural Paulista. Nesse evento, desde a primeira edição, a música piracicabana foi valorizada com um palco exclusivamente seu.
Iniciativas de músicos como o Rockaipira e o Jazz Manouche, também eram apoiadas pelo município. Elas faziam ferver o palco do Teatro Erotídes de Campos com a passagem das melhores bandas e instrumentistas.
Em parceria com a Sedema, foi criado o Festival de Música Ecológica, recebendo inscrições de todo país que, ao final, resultavam em shows inovadores que, para além da música, exaltavam o cuidado com o meio ambiente.
Somos caipiracicabanos, não somos? Então, faltava o Festival de Música Raiz para reverenciar a música caipira, a nossa viola. Esta última política pública teve somente uma edição.
Pela minha própria formação como musicista, precisava reverenciar esta data tão pouco divulgada. Entendo que, das artes, é a música que abraça as outras como a dança, o teatro, o circo e até mesmo as artes plásticas. Tenho convicção que a profissão de músico é fundamental para a arte e a cultura. Ela impacta a vida das pessoas, registra lembranças, embala recordações. Sem os músicos, não conheceríamos as canções e os sons dos mais diversos instrumentos. A música enriquece o mundo e as nossas vidas.
Salve a Música! Salve o Músico!
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