Viva o trabalho! Viva o trabalhador!

Por Rosângela Camolese |
| Tempo de leitura: 3 min

Uma máquina pode fazer o trabalho de cinquenta pessoas comuns. Nenhuma máquina pode fazer o trabalho de uma pessoa extraordinária” - Elbert Hubbard, fi lósofo e escritor norte-americano. Este pensamento modula nossos sentimentos com a proximidade do Dia do Trabalhador. Mas, afi nal, como surgiu o 1o de maio, comemorado no Brasil e em cerca de oitenta outros países como um dia de folga, festejos e refl exão? A data foi escolhida após manifestações nos Estados Unidos, em 1886. Os americanos foram às ruas por uma greve geral, reivindicando redução da carga horária, sem redução de vencimentos. Eles trabalhavam cerca de 17 horas por dia.

Em Chicago, 2.500 pessoas reunidas em assembleia, sofreram com tiros e repressão policial que deixou um saldo de quatro manifestantes e sete policiais mortos, além de mais de 130 feridos. O poder das manifestações e da paralisação surtiu efeito e, a partir de 1890, nos Estados Unidos, a jornada foi reduzida para 8 horas diárias, carga que continua sendo seguida pela maioria dos países. Em 1889, operários reunidos em Paris decidiram que a data se tornaria uma homenagem a luta dos americanos e a Europa também adotou o 1º de maio como o Dia do Trabalhador, marcado por cerimônias e comemorações que foram se disseminando pelo mundo.

Estranhamente, nos Estados Unidos é comemorada na primeira segunda-feira de setembro. No Brasil, a valorização desse dia começou pela infl uência dos imigrantes europeus, na década de 1890, quando a indústria brasileira passava por um processo de desenvolvimento que trouxe a formação dos primeiros movimentos organizados. Em 1917, os trabalhadores resolveram parar e São Paulo foi protagonista de uma das maiores greves gerais já registradas. A força do movimento trabalhista se consolidava mas, foi somente em 1924 que o presidente Artur Bernardes decretou seu reconhecimento. Além de ser um dia de descanso, sempre foi momento de ações voltadas ao tema.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi anunciada em 1º de maio de 1943, pelo presidente Getúlio Vargas e também, por muitos anos, o reajuste anual do salário mínimo era anunciado no Dia do Trabalhador. O resgate desses fatos históricos, me levam a refletir sobre uma categoria em particular, a qual já pertenci e com a qual convivi nos últimos 16 anos: os funcionários públicos. Por razões também históricas, esses trabalhadores, muitas vezes, são vistos com reserva e desdém. No entanto, tendo sido funcionária do Estado como professora, e convivido intimamente com toda administração municipal recentemente, eu que sempre os respeitei, hoje os admiro e aplaudo.

Pude ver de perto todo seu empenho na busca por alternativas e soluções que atendam à população. São eles que fazem as máquinas governamentais funcionarem, que levam problemas e sugestões às autoridades superiores. São esses homens e mulheres aprovados em concurso ou convidados a compor um governo, que conduzem as demandas de pessoas e instituições, dando sempre o seu melhor. Conheço muitos que atuam em condições que não são ideais, mas mesmo assim continuam em suas jornadas de atendimento ao público. Assim, ao comemorar o 1º de maio, manifesto meu reconhecimento à importância dessa categoria para toda sociedade. Viva o trabalhador brasileiro! Viva o funcionário público!

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