“Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Esta frase de Mário Quintana já citada em outro artigo, retrata uma necessidade dos tempos de pandemia. Estando reclusa, um livro pode ser uma ótima companhia. Ele nos leva a conhecer novos mundos, outros conceitos, modos de viver e pensar diferentes dos nossos. Nos faz refletir e crescer.
O livro faz parte do nosso cotidiano desde a Antiguidade. Os egípcios descobriram o papiro, do latim papyrus, de onde vem a palavra papel. Chineses e japoneses escreveram sobre algodão e seda. Os árabes faziam papel a partir de uma pasta de trapos, como os europeus. Foi só quando Gutenberg criou a prensa de tipos móveis, no século XV, que apareceu o primeiro livro impresso: a Bíblia. Bem longe dessas origens, hoje voltamos a ter um livro que não é de papel. É o e-book ou livro digital, tornado possível pela tecnologia que também permite a produção dos impressos em larga escala, com diferentes formatos, papéis e padrões.
No Brasil, o livro tem sua trajetória narrada em diferentes momentos e passa a ter destaque a partir da fundação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, pelo príncipe-regente Dom João, em 1810. Considerada pela Unesco como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina, tem um acervo que gira em torno de 9 milhões de itens, desde o século XVIII até hoje. E estes conhecimentos foram adquiridos, lendo!
Nesse sentido, a Biblioteca Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto que em 2010 contava com cerca de 80 mil volumes, hoje guarda um acervo com mais de 100 mil livros que oferecem da simples informação ou lazer à pesquisa científica. Esse número de itens só pode ser acondicionado em suas estantes especiais porque seu projeto de construção foi meticulosamente calculado para suportar esse peso.
A biblioteca municipal sempre buscou meios para que seu acervo fosse constantemente atualizado para atender às demandas cada vez mais influenciadas pela tecnologia. A partir de 2005, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura, a impressão de livros de autores locais foi ampliada. A parceria com o IHGP - Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba permitiu aumentar o número de impressões. A colaboração da Secretaria Municipal de Educação proporcionava a compra de novos volumes, como também as frequentes doações recebidas de empresários e escolas. Finalmente, a adesão ao Projexb - Projeto de Expansão de Bibliotecas, parceria entre Poder Público e iniciativa privada, possibilitava às empresas investirem em cultura e educação, com a aquisição de obras para posterior doação às bibliotecas. Detalhe importante é que as doações eram deduzidas do Imposto de Renda como despesas operacionais dos doadores. Fazendo a ponte entre empresários e a biblioteca estava um técnico que verifica o que faltava nas estantes e, em suas visitas às empresas, fazia indicações de volumes a serem adquiridos, dos populares aos científicos.
Atendendo às tendências, a biblioteca piracicabana também foi dotada de tecnologia para encarar os desafios deste século, focando na integração de formatos e ferramentas que facilitem o acesso para trocas no mundo digital. Tudo para facilitar o acesso ao universo das letras e do conhecimento, para ler e aprender ainda mais!
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