Do Café do Bule às redes sociais

Por Rosângela Camolese | 13/08/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Sinal dos tempos….Quem diria que a ideia de um grupo de jornalistas e intelectuais reunidos no Café do Bule, em 1974, chegaria aos seus 47 anos, exibida em redes sociais? É exatamente o que teremos este ano para poder dar continuidade ao Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Em tempos de pandemia, usar a grande aliada da sociedade e das artes: a internet e suas ferramentas.

Este “projeto” que no início da sua história era considerado uma maluquice de jovens idealistas em meio às agruras da ditadura, começou a ganhar apoiadores famosos como Millôr Fernandes, Jaguar, Fortuna, Henfil, Ziraldo, Zélio e Paulo Francis e o irreverente jornal “O Pasquim”. Depois, tornou-se vitrine para grandes profissionais como Laerte Coutinho, Angeli, Glauco Villas Boas, Alcy Linares, entre muitos outros. E o nosso Salão, que desde a sua segunda edição já se tornou internacional, atingiu o topo do mundo no humor gráfico, sempre revelando novos talentos e consagrando tantos outros.

Em 2020, quando chegamos à 47ª edição, a Covid-19 muda o mundo e nos leva a buscar novas alternativas para este evento que reunia mais de 200 mil visitantes todos os anos. Pode ser que tenhamos ainda mais visitantes? Sim, é bastante provável! Mas o fato é que todo formato original que vinha sendo construído e aprimorado há décadas, neste momento terá que ser pausado, até que a pandemia chegue ao fim e possamos realizar a mostra, de forma presencial.

Neste sentido, encerradas as inscrições que mais uma vez foram um sucesso, convocamos nosso júri de seleção para escolha das obras que comporão a exposição virtual da mostra competitiva do 47º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, a ser exibida entre os dias 29 de agosto e 29 de setembro. Este júri foi formado por Zé Roberto Graúna, artista gráfico, J. Bosco, cartunista, Fred Ozanan, designer gráfico, Helen Sacconi, jornalista; Edu Grosso, artista visual e gráfico, Luccas Longo, artista gráfico e Maria Luziano, ilustradora.

A eles coube escolher os melhores dentre os 2.577 trabalhos inscritos, sendo 438 caricaturas, 661 cartuns, 548 charges, 295 tiras, 29 esculturas, 343 trabalhos com a temática Comunicação e outros 263 na categoria Saúde. As produções saíram das cabeças e das mãos de 392 artistas vindos de 48 países como Afeganistão, Alemanha, Bélgica, Brasil, China, Colômbia, Egito, França, Irã, Israel, Japão, Noruega, Turquia, Ucrânia e outros.

Cada jurado recebeu por e-mail, uma determinada quantidade de trabalhos divididos por categorias, para serem avaliados de acordo com critérios de originalidade, criatividade, atualidade, técnica e linguagem do humor. O próximo passo antes de chegarmos à exibição das obras e aos ganhadores, será a apreciação dos selecionados pelo Júri de Premiação, o que deve acontecer nos dias 17 e 18 de agosto, também online.

Nós da Secretaria de Cultura e Turismo, nosso companheiro nesta empreitada, o presidente do 47º Salão de Humor, Paulo Bonfá e o grupo do Centro Nacional de Documentação e Divulgação do Humor Gráfico (Cedhu), temos nos desdobrado para manter acesa a chama criativa do humor gráfico, mesmo dentro da pandemia. Afinal, os artistas continuam trabalhando, produzindo e registrando os fatos. Tudo isso precisa ser mostrado, nem que seja por meio de uma tela. Vida longa ao Salão Internacional de Humor de Piracicaba!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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