Guerras

Por José Faganello | 29/07/2020 | Tempo de leitura: 3 min

“Toda guerra é ganha pelos generais e perdida pelos soldados” (Carlos Drummond de Andrade).

Desde a pré-história houve guerras: por comida, água, espaço, ou por aproximação de um grupo estranho que poderia atacar.

Conforme a civilização foi avançando, no lugar de buscarem convivência pacífica, foram aperfeiçoando as armas e as táticas de combate.

Drummond foi feliz com sua frase, pois foram os generais que ficaram nos anais da História. Como Júlio César, Pompeu, Átila, Carlos Magno, Saladino, Vallestein,Guilherme o Conquistador, Oliver Cromwell, Napoleão Bonaparte, George Washington, Simão Bolivar ,Duque de Caxias, Romell etc.

Mesmo diante da bestialidade das guerras, há quem, sob o nome de ‘guerra justa’, que assim é definida, pela circunstancias nas quais ela é moral e legalmente justificada, mesmo havendo regras de conduta para ela, são nefastas para ambos os lados dos beligerantes, pois a regra das guerras é a de exterminar o inimigo.

Hugo Grotius, jurista do século 17, definiu os princípios que regem relações internacionais desde então. Ele procurou restringir a frequência e grande destrutividade, postulando um número limitado de causas justas e advertindo que atos injustos podem invalidar uma justa causa.

A doutrina de ‘jus in bello’(justiça de guerra) deu origem ao conceito de crime de guerra, atos que violam os limites definidos pelas convenções internacionais. É claro que será aplicada no perdedor.

O atual Estado Islâmico invocado a noção do Jihad (luta), sinônimo de ‘guerra santa’, se acha no dever de eliminar todos que não praticam sua religião.

Na ética, o valor do ato é determinado por suas consequências. Daí surgem duas dúvidas praticamente insolúveis: 1ª – Como posso fazer o que é justo e evitar a injustiça?, 2ª – Como decidir o que é justiça?

A primeira até que dá (exceto na guerra), apelando pelo nosso sentido inato que nos fornece conhecimento do que é bom ou mal.

Já a segunda nos leva à orientação de que justiça é a que resulte no maior bem para o maior número.

No Brasil atual estamos em meio a duas guerras funestas. A guerra civil diária com seus furtos, roubos e assassinatos. A segunda é a dos réus da Lava Jato, que buscam, usando de todos os subterfúgios para saírem ilesos dos hediondos crimes que praticaram e continuam praticando.

Poderiam tentar justificar seus atos, usando do princípio do efeito duplo; ele afirma que um ato é moralmente aceitável se suas consequências principais forem positivas, mesmo que trazendo resultados negativos e inevitáveis.

Esse princípio foi usado, por exemplo, nos assassinatos numa guerra justa, mas é rejeitado por muitos e não se encaixa nesse caso, as consequências dos desvios do erário não foram positivas, ao contrário, absolutamente deletérias.

Aqueles que foram alçados por seus eleitores para serem seus delegados e provar que um governo republicano é melhor das outras formas de organização política, não por virtude inerente, sim porque uma sociedade aberta é mais equipada para lidar com o gerenciamento de um pais, do que sistemas menos flexíveis não cumpriram com seu dever.

Aos poucos, primeiro, abocanharam privilégios absurdos, depois assaltaram o erário com tal ganância, que é difícil acreditar nas cifras, dia a dia com novas denúncias.

Nenhum deles merece qualquer complacência, suas rapinas são responsáveis pelas dificuldades monetárias em todos os setores; de uma forma mais cruel, para com a educação, saúde e segurança pública.

Se o povo não estiver unido para banir todos os corruptos, eles continuarão em seus postos e nós seremos vencidos e empobrecidos.

Nesse caso eles ficarão nos anais de nossa História como bandidos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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