Engenho Central: cuidados com o patrimônio público

Por Rosângela Camolese | 16/07/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Um dos mais belos cenários arquitetônicos do Estado de São Paulo, se não do Brasil, o Engenho Central tombado pelo Codepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba, pelo Condephaat, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo e em processo de tombamento pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebeu reforma parcial de um de seus barracões, respeitando, é claro, suas características arquitetônicas originais.

Após um incêndio em setembro de 2019, o piso superior dos barracões 09 e 10 foi parcialmente destruído. A reforma para recuperar o sinistrado foi realizada em 40 dias, com serviços de troca da estrutura de madeira, recuperação das terças metálicas, troca de janelas, divisórias, portas, colocação de forro anti-chamas e luminárias de led que não necessitam de reator, rede elétrica e pintura. Após processo licitatório, a obra custou R$ 129 mil – bastante diferente do valor orçado de R$ 157 mil. Conseguimos uma economia de 17,43% aos cofres públicos.

Por ser um ponto turístico que atrai pessoas de todo Brasil, o Engenho passou a ser propriedade do município em 2012, encerrando uma pendência de décadas. Desse momento em diante pudemos recuperar, revitalizar e fazer a manutenção dos prédios que compõem o complexo. A base desse trabalho teve início alguns anos antes, com a preparação da infraestrutura subterrânea de cabeamento e instalações de água e esgoto, e a colocação do piso intertravado, trazendo uma era de mais conforto e modernidade ao velho Engenho Central.

Daí para frente, de acordo com a disposição de recursos, o local recebeu obras de recuperação como do Armazém 14A, em frente à Passarela Pênsil, que ganhou mezanino e espaço para exposições. O Armazém 14, que sedia o Salão de Humor, também foi totalmente restaurado e ganhou um pequeno auditório. Na sequência, aconteceu a transformação do Armazém 6A, B e C no Teatro Erotídes de Campos. Posteriormente, também estava em processo a concessão dos Armazéns 5, 5A, 7A e 7B – os gêmeos de tantas histórias – para que viessem a ser transformados no Museu da Cana-de-Açúcar. Uma obra que por sua grandiosidade e dificuldades relacionadas à Lei Rouanet, infelizmente, está em compasso de espera.

Outro espaço do Engenho totalmente recuperado, foi a emblemática Passarela Pênsil, praticamente reconstruída e sempre alvo de reparos. Os Armazéns 14B e 14C, onde funcionam as barracas alemã e árabe da Festa das Nações, também tiveram telhados e pisos refeitos, entre outros detalhes.

Da revitalização do armazém 6A, B e C – a partir de 2009, surgiu o Teatro Erotides de Campos que, em 2012 trouxe um ganho inestimável à arte e aos artistas da cidade e região, como uma nova área para apresentações, uma nova casa de espetáculos.

O empenho da administração municipal na recuperação e manutenção deste patrimônio faz com que ele seja um dos principais cartões postais da cidade. Mesmo em tempos de pandemia e fechado temporariamente ao público, o Engenho Central continua sendo um glorioso parque que une cultura, turismo, observação de aves, contato com a natureza e muito mais.

Esperamos poder, brevemente, reabrir seus portões e receber de forma esplendorosa, os eventos que sempre mobilizaram multidões, além, é claro, dos visitantes que circulavam diariamente por todo o complexo.

Que este dia chegue logo!

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