A comemoração da páscoa com a Covid-19

Por Ana Pascoalete |
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A pandemia mundial com o coronavírus em meio ao isolamento social não concedeu trégua nem para a comemoração da Páscoa - feriado religioso que celebra a ressurreição de Jesus.

Porém, houve a necessidade entre os lares cristãos em ressignificarem para inovação das formas de comemoração, partindo de uma reflexão baseada em muita criatividade para não sentirem-se aprisionados, e utilizando a sabedoria e a consciência, com o intuito de evitar o colapso no sistema mundial de saúde. Junte-se a isso, as contenções de gastos em muitos lares, pela condição atual da economia mundial, com a paralisação das atividades não essenciais a sobrevivência da população.

Apesar de todo o contexto de preocupação, medo, aflição, muitas famílias conseguiram por meio da inovação celebrar essa data tão esperada, idealizada, mantendo seus rituais comemorativos, adaptados ao contexto. Entendo esse momento como uma grande oportunidade concedida pelo universo à população para praticar resiliência e solidariedade, entrar em contato com as próprias frustrações, e ainda por meio videochamadas.

Pais criativos, avós felizes com as declarações de amor e mimos de seus netos e filhos, por meio de cartas virtuais e produções artesanais, aproveitando diversos materiais recicláveis para produção de pinturas, artes com dobraduras, já não utilizados, mas retomados para garantir formas econômicas de demonstração de amor, compartilhando com os familiares isolados, garantindo harmoniosas maneiras de vivenciarem momentos de alegria, cada um em sua casa, mas com os mais sublimes laços de afeto em comum.

As crianças demonstraram grandes lições de aprendizagem para seus pais e familiares, surpreendendo em quanto são capazes de compreender o momento vivido, auxiliando os adultos ao enfrentamento e aprendizagens novas concedidas forçadamente por meio do confinamento.

Em meio a um momento de tristeza, angústia e incertezas, foi permitido às famílias a prática da fé religiosa, usufruindo e aproveitando do momento com as limitações necessárias e com as formas possíveis de experienciá-la, visando a prevenção e poupando os familiares mais vulneráveis ao inimigo invisível, evitando o contato físico.

A data também traz a esperança de que em algum momento, num futuro breve, tudo isso será superado e o toque, o abraço, o beijo, que estampam a demonstração de amor, possam ser retomados de maneira muito valiosa, com a garantia de que foi possível se prevenir, mantendo-se seguro nesse momento que grande aprendizagem.

Sabemos como está difícil encarar esse período, mas foi a única maneira que a OMS (Organização das Nações Unidas) e os principais lideres mundiais encontraram para frear a disseminação do novo coronavírus. No entanto, necessitaremos nos manter confiantes de que poderemos reconfigurar esse molde. E como alguns entes queridos (principalmente idosos) se mostraram resistentes a reconfigurarem temporariamente essa realidade, coube e continuará a necessidade aos indivíduos mais flexíveis, tornarem a Páscoa feliz e divertida, sem aglomerações para reuniões familiares presenciais, para que todos cuidem da própria saúde e da saúde daqueles que se ama. A Páscoa representa renascimento e, com certeza, estamos em busca do renascimento de todo o ‘’planeta’’ nesse momento.

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