Hélcio Costa

Com o DNA de São José dos Campos

Por Hélcio Costa é jornalista e diretor da empresa Matéria Consultoria & Mídia | 22/07/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Hélcio Costa
Hélcio Costa

São José dos Campos já gerou muita coisa boa para o país.

Aqui, Ozires Silva, natural de Bauru, encontrou terreno fértil para libertar seus sonhos, que ajudaram a criar aviões que voam hoje pelos cinco continentes. Aqui, Emanuel Fernandes, menino de Américo de Campos, criou um jeito novo de fazer política. Cassiano Ricardo? Aqui nasceu, cresceu, num tempo em que o horizonte estava perto, e aqui virou poeta.

De nascimento ou de coração, somos todos joseenses. Aqui Burle Marx criou a beleza arquitetônica e paisagística que virou o Parque da Cidade; aqui foi a terra escolhida por Chico Triste para fazer florescer, de fato, a imprensa moderna na região; e, aqui, Sérgio Sobral de Oliveira riscou, no vazio de um mapa em branco, as avenidas hoje cheias de tráfego –Andrômeda, Cassiopéia e outras tantas-- que dão vida à região sul, onde moram dois em cada três joseenses.

Aqui onde, anos antes, Casimiro Montenegro pousou seu avião no meio do cerrado e vislumbrou, entre poeira e arbustos, o progresso do Brasil, traduzido mais tarde no ITA e no CTA. Terra de Edvar Simões, Fabíola Molina, Tião Marino, Pâmela Rosa. Terra de Altino Bondesan, Sérgio Weiss, George Gutlich, Angela Savastano.  Terra de novas fronteiras.

Em São José está nascendo a tecnologia do 5G nacional, assim como já nasceram satélites, foguetes e o motor a álcool, criado perto de onde nasceria, anos depois, um objeto pequeno que hoje causa polêmica: a urna eletrônica, fruto do trabalho dos “cinco ninjas”, como era conhecido aquele grupo de professores do ITA e do CTA.

Criada em 95 e testada em 96, a urna eletrônica colocou um ponto final em uma praga que ameaçou por anos as eleições brasileiras: depois dela, de fato, acabaram os registros de fraude eleitoral no país. Pois é, graças a isso, a urna eletrônica é mais um motivo de orgulho, entre tantos outros gerados nesta terra que faz 255 anos em alguns dias. Pena que ela tenha sido arrastada para o centro de uma polêmica cuja finalidade é diametralmente oposta às suas origens.

Pobre urna eletrônica ...

Esta semana, ela foi achincalhada pelo presidente Jair Bolsonaro frente a dezenas de embaixadores estrangeiros, Sem citar fato novo, Bolsonaro desfiou seu corolário de mentiras contra urna, STF, TSE e outros fantasmas que lhe tiram o sono. Foi patético. Atravessou o Rubicão ao debater política interna com potências estrangeiras. Colocou em dúvida o sistema eleitoral do país que representa.

Para que? Medo da derrota? Enredo de um golpe?  Uns entram para a história pelo que constroem, outros pelo mal que causam. Eu prefiro os bons exemplos, como os que sempre recebi de meu pai, Hélcio. Foi ele, décadas atrás, que me apresentou São José dos Campos, minha terra de coração. Fico feliz que tenhamos, aqui, tantos bons exemplos a nos inspirar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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