O TRE de São Paulo manteve o domicílio eleitoral do ex-ministro Tarcísio de Freitas em São José dos Campos.
Dessa forma, Tarcísio pode ter confirmada a sua candidatura a governador do Estado pelo Republicanos. Afinal, segundo o TRE, ele fez tudo certinho, ao contrário de Sérgio Moro. Segundo o TRE, Tarcísio cumpriu as regras e apresentou provas de vínculo com a cidade. Mesmo que essas provas sejam um apartamento alugado e em obras na Vila Ema, onde, até os paralelepípedos do bairro estão carecas de saber, o ex-ministro, de fato, nunca morou. Mas, como no Jogo do Bicho, vale o escrito.
E está escrito e provado, segundo o TRE, que o ex-ministro tem fortes ligações com São José, apesar dele não ser conhecido dos vizinhos de prédio, nunca tenha ido à padaria da esquina, nem pedido pizza do Armazém pelo delivery. Mas, diz o TRE, cumpriu a regra. Coisas da política. Outro candidato, Abraham Weintraub, vive nos Estados Unidos. Segue o baile.
Tarcísio tem pela frente um desafio mais difícil do que provar que é joseense: é provar ao eleitor paulista que ele não é um carioca que caiu aqui de paraquedas. Aí o bicho pega. Tarcísio tenta se consolidar como opção conservadora ao nome do petista Fernando Haddad, líder das pesquisas.
Seu rival nessa briga pelo voto de centro-direita, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), está armado até os dentes para colar o rótulo de “estrangeiro” no candidato do presidente Jair Bolsonaro. E, pior ainda, creditar a Tarcísio decisões que prejudicaram São Paulo e favoreceram o Estado do Rio em sua passagem pelo Ministério dos Transportes. Um exemplo? As regras da nova concessão da Via Dutra, que retiram dinheiro dos pedágios da RMVale para financiar obras no trecho fluminense da Rio-Santos.
O embate Rodrigo/Tarcísio vai ser duro. Ele vale vaga no segundo turno, onde, muitos apostam, um candidato de centro-direita (seja ele quem for) tem boas chances de superar Haddad, graças, principalmente, aos votos do eleitor do interior do Estado, mais conservador. Será? Isso a gente vai saber em 2 de outubro. Até as convenções e o início efetivo da campanha, muita água vai passar por debaixo da ponte, alianças devem ser fechadas (Felício Ramuth, por exemplo, já foi citado como vice de Tarcísio, Rodrigo, Haddad e até de Márcio França), candidaturas devem submergir. Afinal, a política é dinâmica, igual a nuvem, como dizia o ex-governador mineiro Magalhães Pinto: você olha, está de um jeito; piscou, já está de outro.
Nos dias 7 e 8 de julho, Tarcísio cumpre agenda na região. É a hora de conhecer seus projetos para o Estado e, quem sabe, descobrir se ele coloca ketchup na pizza ou chama bolacha de biscoito. Será que Tarcísio passa no teste de paulista?