Potim e Guaratinguetá são as cidades com maior taxa de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes em todo o estado de São Paulo, considerando os 378 municípios com mais de 10 mil habitantes.
Respectivamente, as cidades têm taxa de 45,56 e 28,91 vítimas a cada grupo de 100 mil habitantes. Lorena é a 4ª no ranking, com 26,05. Aparecida é a 8ª, com 19,38.
O levantamento foi feito por OVALE com dados da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) de janeiro e outubro de 2018.
A ONU (Organização das Nações Unidas) considera um índice 'tolerável' até 10 vítimas a cada 100 mil habitantes. Acima disso, o quadro é de 'violência endêmica'.
No total, 17 cidades do Vale estão entre as 100 com as maiores taxa de homicídio no estado, vencendo todas as demais regiões. Nada menos do que 43,59% das cidades do Vale estão no topo do ranking estadual das mortes violentas.
A região tem 282 homicídios entre janeiro e outubro deste ano, com 11,15 vítimas por 100 mil habitantes, quase o dobro da segunda colocada, Araçatuba (6,47) e bem acima da média estadual (5,62).
"Como dados são parciais, a tendência é que as cidades do Vale tenham taxas maiores até o final do ano. Existe algo de diferente na região", declarou David Marques, cientista social e coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
SSP questiona dados e diz que polícia age para esclarecer mortes
A SSP disse que "desconhece a metodologia empregada pela reportagem". Afirmou que "não é correto fazer um ranking entre as cidades apenas pela utilização de indicadores criminais, sem levar em consideração características geográficas, sazonais e sociais". No Vale, disse que "13 cidades não registraram nenhum homicídio em 2018 e 12 registraram queda ou estabilidade". Sobre Guaratinguetá, Potim e Lorena, informou que a "Polícia Civil passou a realizar diversas operações visando o esclarecimento das mortes e prisão dos autores", com mais de 20 presos.
