Ideias

Nobres edis, vamos ter vergonhana cara?

Por Hélcio CostaJornalista e diretor da empresa Matéria Consultoria & Mídia | 13/12/2018 | Tempo de leitura: 2 min

É só misturar Câmara de São José dos Campos e Maninho na mesma frase para dar curto-circuito. Tem sido assim há algum tempo ...

Tivesse a Câmara agido com rigor lá atrás, quando surgiram as denúncias de que o vereador Maninho Cem Por Cento (PTB) usava um funcionário de seu gabinete (com salário pago com dinheiro público) para vender publicidade para um jornalzinho de bairro, o caso já teria acabado há muito tempo. Maninho chegou a ser denunciado por improbidade administrativa e quebra de decoro parlamentar, mas o Legislativo fez cara de paisagem e preferiu aplicar um passa-moleque (o primeiro de uma série) no cidadão. Caso arquivado, sob a batuta do presidente da Casa, Juvenil Silvério (PSDB).

Bem mais de um ano depois, Maninho continuou na marca do pênalti, foi condenado pela Justiça, mas continua firme e forte, na base de apoio do governo Felício Ramuth (PSDB).

Agora, em nova etapa dessa novela, a Câmara se envolveu em nova mutretagem para salvar o "parça": armaram uma votação mandrake para a escolha dos membros da comissão que vai analisar, de novo, o caso. Pegos com a boca na botija (parabéns, nesse caso, ao MBL, que descobriu a fraude e denunciou ao Ministério Público), os vereadores anularam o sorteio 171 e realizaram outro, escolhendo Calasans Camargo (PRP), Dulce Rita (PSDB) e Juliana Fraga (PT) para cuidar das investigações. Tudo certo? Ora, nada certo. As pessoas envolvidas na fraude deveriam também ser investigadas e punidas, do vereador Marcão da Academia (PTB), que presidiu o sorteio mesmo não sendo da Mesa Diretora da Casa, à funcionária que fez coreografia da fraude, Débora Regina de Oliveira Alves, chefe de Gabinete de Juvenil, que ganha mais de R$ 16 mil por mês para cumprir ordens atravessadas. Incrível como os políticos apostam na impunidade, na fidelidade de seus currais eleitorais e na falta de memória do cidadão. Preferem correr o risco de morrer abraçados a Maninho e seus padrinhos poderosos nas urnas de 2020 a fazer o que manda a ética. Com raras exceções, não valem nem um centavo que o município gasta para mantê-los. Nobres edis, tenham vergonha na cara..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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