Ideias

A OBSCURA MUNICIPALIZAÇÃO DO HU DE TAUBATÉ

Por Julio CodazziEditor-executivo dos jornais OVALE e Gazeta de Taubaté | 02/03/2018 | Tempo de leitura: 2 min

É inconcebível que um tema como a eventual mudança na gestão do Hospital Universitário de Taubaté, tão importante para a população da cidade e de municípios vizinhos, seja tratado com tanta falta de clareza por nossos governantes.

A suposta 'municipalização' do HU -- ou seria uma 're-municipalização'? -- parece ser o capítulo final de uma novela iniciada em 2012 e que sofreu uma grande reviravolta.

Naquele ano, o hoje prefeito Ortiz Junior (PSDB) foi o único dos candidatos ao Palácio do Bom Conselho a defender que Taubaté não tivesse um hospital municipal. Dizia que era impossível manter um e apostou suas fichas em repassar o HU ao estado, governado -- na época e ainda hoje -- por Geraldo Alckmin (PSDB).

Já em 2013 Ortiz passou a analisar a mudança como negativa. Viu que o PS municipal estava sem um hospital de retaguarda. Em meados de 2017, a reviravolta: anunciou que retomaria a gestão da unidade.

Desde então, o que se vê é uma impressionante bateção de cabeça de todos os envolvidos. Cada pessoa tem uma visão completamente diferente do que será feito.

Um exemplo claro é a dissonância entre os dois principais representantes do município no debate: o prefeito e o secretário de Saúde, João Ebram Neto. Ortiz diz que o HU será 'municipalizado'. O secretário diz que não é bem assim. E o Alckmin? Diz que a municipalização será parcial.

Outra dúvida é com relação ao gasto anual necessário para se manter o hospital. No início, o prefeito dizia que precisaria de R$ 60 milhões do município. Vereadores contrários à mudança falam em R$ 72 milhões. Os favoráveis dizem R$ 24 milhões.

Retomar a gestão do HU servirá de algo? Vai ter mais leitos para os taubateanos ou não? E os mais de 500 funcionários que atuam hoje no hospital, serão dispensados?

Se a gestão fosse transparente, todas essas dúvidas estariam esclarecidas há meses. Dia 6 de março haverá audiência pública na Câmara. É hora de respostas claras sobre o tema. Afinal, a mudança está prevista para maio e não dá mais para ser paciente..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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