Imagine, caro leitor, que o seu time fez um péssimo Brasileirão, lutou contra o rebaixamento, não ganhou um clássico, teve a pior defesa e um ataque pífio. Um sofrimento. Terminado o Brasileirão, o clube anuncia um novo técnico. Mas, para surpresa geral, o novo treinador promete continuar o trabalho feito até agora. Mais do mesmo. E agora? Guardando as devidas proporções, foi isso que ocorreu no Ministério da Saúde na troca de Eduardo Pazuello por Marcelo Queiroga.
Com o Brasil assumindo a posição de centro global da pandemia, muito por culpa do governo federal, Queiroga avisou logo, para não ter dúvida: pouca coisa deve mudar, afinal, a política de Saúde não é do ministro, é do governo. Resumindo, o presidente Jair Bolsonaro, o Doutor Cloroquina, continua a dar as ordens. Ou seja, vamos continuar nessa espiral de negacionismo e falta de infraestrutura hospitalar, que levou país a índices inéditos de infecções, óbitos, médias móveis e internações.
Durante décadas, o Brasil teve no Ministério da Saúde um centro de excelência. Hoje, o lugar cheira a pajelança e desastre. Pobres de nós, brasileiros, em meio a maior pandemia da história, estamos sendo liderados por incompetentes. A razão? Nosso dedo podre para votar e a presença de políticos demais --e profissionais de menos-- no centro das decisões.
A crise política é tão grave quanto a crise de saúde. E o remédios dos políticos são blá-blá-blá e quimeras: auxílio emergencial de R$ 250, linhas de crédito de curto impacto e perfumarias que não ajudam a reforçar o isolamento social. É a falta de ação dos governos que lota o transporte público, fecha negócios, esfacela as famílias, tira comida da mesa do trabalhador.
O governador Doria zerou o ISS do leite pasteurizado, ISS que ele mesmo havia imposto três meses atrás. Truque de pirotecnia. Na guerra entre o pequi roído e o dândi do Palácio dos Bandeirantes, ficamos, nós, os brasileiros, órfãos.
Em time que está ganhando não se mexe, diz o ditado. E em time que só perde? É na hora de mudar. Que tal colocar a politicagem no banco de reservas?.