Duas irmãs separadas por um destino cruel são retratadas em um filme "uterino, vaginal", pelas palavras da grande Fernanda Montenegro. Depois de passar pelo circuíto internacional de premiações, "A Vida Invisível", chega às telas brasileiras cheio de promessas ao público.
O filme do cineasta Karim Aïnouz que é definido como um "melodrama tropical", faturou o prêmio "Un Certain Regard", a mostra paralela mais importante de Cannes. Além disso, a produção foi escolhida para representar o Brasil no Oscar do próximo ano.
Com uma chegada repleta de elogios e críticas que declararam o filme como impecável, "A Vida Insivível" fez barulho nas salas de cinema nacionais.
Contudo, o usual descaso das redes de cinema regionais fez o filme ficar em cartaz apenas por uma semana.
Se "A Vida Invisível" chegar até o Oscar, pode ser que a situação mude.
HISTÓRIA.
"A Vida Invisível" é baseado no livro "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", escrito por Martha Batalha, que nasceu em Recife em 1973 e cresceu no Rio de Janeiro.
A obra foi lançada em 2016 e rapidamente foi comprada para ser adaptada nos cinemas e por inúmeras editoras estrangeiras.
As personagens Eurídice (Carol Duarte) e Guida (Julia Stockler) são irmãs que foram separadas pelo próprio pai conservador. A história se passa em 1950 e retrata a crueldade das quais mulheres ainda passam em lares brasileiros.
Uma das irmãs tem o sonho de se tornar uma pianista, que esbarra mais uma vez em uma sociedade patriarcal na qual as mulheres precisam se submeter ao trabalho de casa e aos filhos. Já a outra, sonha em viver um grande amor.
"O filme tem uma intensidade, tanto em seu elenco, quanto em seu roteiro, que o que sai ali não é um discurso do que se deve fazer ou não na vida. É um caráter íntimo, uterino. É um filme vaginal, que não é fácil de se ver no cinema brasileiro", afirma Fernanda Montenegro.
Dona de cerca de 10 minutos de tela no filme, a atriz veterana faz o que sabe fazer melhor: roubar a cena.
Não só uma das melhores atrizes brasileiras, mas também do mundo, Fernanda já tem experiência no tapete vermelho. Indicada ao Oscar em 1998, a atriz traz requinte à obra.
"As personagens que interpretei sempre são mulheres buscando uma saída para suas vidas", completa a atriz.
As estreantes Carol Duarte e Julia Stockler dão vida a duas personagens que pouco se encontram em cena, mas tem uma ligação emocional enorme, que conseguem imprimir na tela com maestria.
Carol Duarte interpretou bons papéis na televisão e Julia Strockler no teatro, uma união que saiu do papel para ganhar a vida..
