Em apoio à Operação Ícaro do Ministério Público de São Paulo, deflagrada nesta terça-feira (12), policiais militares do 3º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) aprenderam dinheiro, computadores, pen drives e celulares em uma casa em São José dos Campos. A ação do MP mira esquema de corrupção que movimentou mais de R$ 1 bilhão.
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A localidade é ligada a um auditor investigado pelo MP, que combate esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda.
Na casa do auditor, em São José dos Campos, os policiais apreenderam R$ 330 mil, cerca de 10 mil dólares e 600 euros, além de três celulares, 10 pen drives, seis notebooks, um computador e um tablet.
Deflagrada nesta terça-feira (12), a operação culminou na prisão do dono e fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, encontrado em sua chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo.
Outro preso foi Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, encontrado em um apartamento na zona norte de São Paulo.
A investigação identificou um auditor fiscal estadual de alto escalão acusado de comandar um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas, segundo promotores, cerca de R$ 1 bilhão desde 2021.
Chamado Artur Gomes da Silva Neto, esse auditor trabalha na fiscalização direta de tributos e também foi preso na operação.
Em nota, a Secretaria de Estado da Fazenda informou que acabou "de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido" e que solicitou formalmente ao MP compartilhamento das informações.
Além dos três mandados de prisão, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos, nas sedes das empresas investigadas e também na casa de outros investigados.
Um desses endereços foi em São José dos Campos e outro na casa de um dos acusados em Alphaville, na qual promotores e policiais encontraram dinheiro vivo e pacotes de esmeralda.
Investigação.
Segundo a investigação do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos), o esquema funcionava com a manipulação de processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários a empresas, em troca de pagamentos mensais de propina. Esses valores eram repassados por meio de uma empresa registrada no nome da mãe do auditor.
De acordo com o MP, a ação é resultado de meses de investigação, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As diligências seguem em andamento.