
O governo chinês anunciou nesta sexta-feira (11) um aumento nas tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, elevando as alíquotas de 84% para 125%, em resposta direta às medidas mais recentes do ex-presidente Donald Trump. A informação, divulgada pela CNBC, foi confirmada pelo Ministério das Finanças da China, que criticou a política tarifária americana, afirmando que ela "já não faz sentido econômico" e se tornará "uma piada na história da economia mundial".
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Com os novos reajustes, as tarifas dos EUA sobre produtos chineses atingem 145%, segundo a própria administração Trump, que recentemente adicionou uma sobretaxa de 20% sobre itens relacionados ao fentanil. Para analistas, a escalada chegou ao limite.
Apesar da retaliação, Pequim evitou novas sanções mais agressivas, como ampliar a lista de "entidades não confiáveis", o que poderia afetar ainda mais empresas americanas que operam na China. Ainda assim, o Ministério do Comércio chinês afirmou que o país está disposto a negociar, desde que em condições de igualdade.
Nos últimos dias, a China tem adotado sucessivas medidas de retaliação aos EUA, incluindo tarifas e restrições mais amplas a empresas americanas, o que praticamente enterrou as expectativas de um acordo comercial de curto prazo.
O banco Goldman Sachs, por sua vez, reduziu a projeção de crescimento do PIB chinês para 4% em 2025, citando o impacto das tensões comerciais com os EUA e o desaquecimento da economia global. Segundo a instituição, embora as exportações chinesas aos EUA representem cerca de 3% do PIB do país, a dependência do setor exportador pode afetar até 20 milhões de empregos.
Em encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que "não há vencedores em uma guerra tarifária" e que "enfrentar o mundo levará apenas ao isolamento". Ele também reforçou o compromisso da China em ampliar a cooperação com a Europa nos setores de comércio, investimento e inovação tecnológica.
A Casa Branca ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova medida da China.