Aprovação de governo Tarcísio se mantém, mas reprovação dobra

Tarcísio de Freitas (Republicanos) manteve a aprovação de seu governo entre os eleitores de São Paulo no mesmo patamar do começo do mandato, mas viu seu índice de reprovação dobrar em dois anos, mostra pesquisa Datafolha.
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Consideram a gestão do governador paulista ótima ou boa 41% dos entrevistados. Outros 33% a avaliam como regular, 22%, como ruim ou péssima, e 4% dizem não saber.
O levantamento ouviu 1.500 pessoas em 81 municípios do estado de 1 a 3 de abril, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O índice de aprovação em abril de 2023 era de 44%, o que mostra um cenário de estabilidade dentro da margem de erro. Já a reprovação na época era metade da atual: 11%. Outros 39% viam a gestão como regular, e 6% afirmavam não saber.
O novo patamar de avaliação negativa ocorre em meio ao engajamento de Tarcísio na ofensiva de seu padrinho político, Jair Bolsonaro (PL), por anistia pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Diante da inelegibilidade até 2030 do ex-presidente, que ainda é réu sob acusação de liderar a trama golpista de 2022, o governador tem sido tratado como principal opção da direita para a disputa à Presidência no ano que vem. Oficialmente, ele nega cogitar a possibilidade e diz que seu foco é a reeleição em São Paulo.
Apesar do aumento da reprovação, a avaliação geral da gestão do governador no estado é melhor do que a do presidente Lula (PT) no país. Mesmo após o petista estancar a perda de popularidade, a parcela dos que consideram seu governo ruim ou péssimo (38%) supera a dos que o avaliam como ótimo ou bom (29%).
Por outro lado, a situação de Tarcísio é pior que a de outros ocupantes do Palácio dos Bandeirantes em períodos semelhantes de gestão.
A gestão de Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente da República e filiado ao PSB, tinha 52% de aprovação e 15% de reprovação aos dois anos e cinco meses de seu segundo mandato (na época, pelo PSDB), em 2013. A do tucano José Serra, com dois anos e dois meses de governo em 2009, tinha 53% e 11%, respectivamente.
DIFERENÇA REGIONAL
Em 2022, Tarcísio venceu Fernando Haddad (PT) no segundo turno no estado, mas teve menos votos que o petista na capital paulista. O atual levantamento indica que persistem diferenças regionais na avaliação do governador.
Nas cidades da região metropolitana de São Paulo, 28% consideram o governo ruim ou péssimo, contra 16% nos municípios do interior. Já os que o avaliam como ótimo ou bom somam 33% na Grande São Paulo e 48% nas demais cidades. Nesse recorte, a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao longo dos dois primeiros anos de governo, Tarcísio reativou obras das gestões tucanas marcadas pela demora, como a linha 17-ouro do metrô ?o monotrilho da avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul? e o trecho norte do Rodoanel. Além disso, privatizou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
Por outro lado, seu governo passou por uma série de crises na área da segurança pública, a mais aguda delas no fim do ano passado, quando vídeos com flagrantes de brutalidade policial vieram à tona, a ponto de Tarcísio admitir erro ao se posicionar contra as câmeras nas fardas da Polícia Militar.
Ainda assim, mesmo entre eleitores que se consideram petistas, há empate técnico entre os que aprovam e os que reprovam a gestão paulista.
Nesse recorte, 36% dos entrevistados avaliaram o governo como ótimo ou bom, 34% como regular e 27% como ruim ou péssimo. Outros 3% não souberam responder. A margem de erro nesse grupo é de cinco pontos.
Avaliação do trabalho de Tarcísio
Quando questionados sobre o trabalho de Tarcísio como governador, 61% dizem aprovar, enquanto 33% desaprovam, e 6% não souberam opinar.
A aprovação é maior entre homens (66%) do que entre mulheres (56%), segmentos com margem de erro de quatro pontos.
Cresce também entre os mais velhos, chegando a 74% entre pessoas com mais de 60 anos, grupo em que a margem de erro é de seis pontos.
Tarcísio participou das duas manifestações convocadas por Bolsonaro e aliados como o pastor Silas Malafaia para defender a anistia aos presos do 8 de janeiro, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
No recorte de religião, o governador vai melhor entre os evangélicos, público que tem mais afinidade com as pautas bolsonaristas. Para os que se declaram desta maneira, 71% aprovam seu trabalho como governador, e 23% desaprovam, com uma margem de erro de cinco pontos.
A relação entre aprovação e desaprovação é mais equilibrada entre os eleitores com maior escolaridade. No grupo com ensino superior, 53% aprovam o trabalho do governador e 44% desaprovam, o que indica um empate técnico se considerada a margem de erro específica, de cinco pontos.
Entre eleitores com ensino fundamental, o índice de aprovação é de 66%, e o de reprovação, 29%, dentro de uma margem de erro quatro pontos.
Comentários
1 Comentários
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jaques campos 11/04/2025Capacho de Bolsonaro segue suas instruções quando esta proximo; a distância aprova as urna eletrônicas e faz elogios ao governo. Qdo os resultados maleficos da privatização da Sabesp começarem a aparecer, a exemplo da Enel, sua popularidade deve desabar.