ALVO DE PROCESSO

Padre pede orações por morte de Francisco e por ‘vida desvairada’

Por Da redação | São Paulo
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Padre Fábio Fernandes foi afastado por ofender publicamente o papa
Padre Fábio Fernandes foi afastado por ofender publicamente o papa

Um padre da Arquidiocese de São Paulo, que está afastado de suas funções e é alvo de processo canônico, pediu orações pelo “derradeiro momento” do papa Francisco e para que o pontífice receba a graça do arrependimento após uma “vida desvairada”.

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As declarações do sacerdote Fábio Fernandes foram repudiadas pela Arquidiocese de São Paulo, que emitiu uma nota.

O comunicado diz repudiar com veemência a “manifestação desrespeitosa, ofensiva e cismática do padre Fábio Fernandes contra o papa Francisco e contra a Igreja Católica Apostólica Romana”.

Também destacou que o padre já está afastado do exercício do ministério sacerdotal, por determinação do arcebispo dom Odilo Scherer. Ele foi afastado exatamente por ofender publicamente o papa. Em 2021, ele chamou o pontífice de “herege”.

Até ser suspenso, o padre atuava na Igreja Nossa Senhora das Dores, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.

“O referido sacerdote encontra-se afastado de suas funções e suspenso do exercício público do ministério sacerdotal. Contra ele, já tramita um processo canônico por cisma no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo”, diz a nota da arquidiocese.

Em texto publicado na última terça-feira (18) nas redes sociais, o padre chamou o papa de “anticatólico confesso, militante inescrupuloso e revolucionário pertinaz, amigo dos inimigos da Igreja e das nações”.

Disse ainda que o papa teria profanado a Basílica de São Pedro por beijar os pés de “inimigos da Igreja” e de ter pervertido a doutrina católica.

A postagem foi feita em um perfil chamado de Apostolado Católico São Pedro de Alcântara. Segundo a arquidiocese, esse apostolado foi criado pelo próprio padre e “não tem legitimidade canônica”.

Oração pelo papa.

Ainda na nota de repúdio, dom Odilo convidou todos a se unirem à igreja nas preces pela recuperação da saúde de Francisco. “Que Deus lhe conceda vigor e sabedoria para seguir confirmando na fé e na caridade a Igreja e todos os ‘peregrinos de esperança, da esperança que não desilude’”, diz trecho da nota.

O papa Francisco está com pneumonia bilateral (infecção que atinge os dois pulmões). Trata-se de uma infecção grave que pode inflamar e cicatrizar ambos os pulmões, tornando a respiração mais difícil.

Na última quarta-feira (19), a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, visitou o líder religioso no hospital Gemelli, em Roma, e afirmou que ele está alerta e de bom humor. O pontífice está internado no local desde o dia 14 de fevereiro.

“Fizemos piadas como sempre. Ele não perdeu seu proverbial senso de humor”, disse Meloni em comunicado.

O pontífice enfrentou uma série de problemas de saúde nos últimos anos, incluindo episódios regulares de gripe, dor no nervo ciático e uma hérnia abdominal que exigiu cirurgia em 2023. Quando jovem, ele desenvolveu pleurisia e teve parte de um pulmão removido.

Em boletim nesta segunda-feira (24), o Vaticano informou que o papa Francisco apresenta uma “leve melhora” e que não teve crises respiratórias. A insuficiência renal registrada no domingo (23) não é preocupante, segundo os médicos.

Este é o décimo dia do pontífice no hospital Agostino Gemelli, em Roma, a quarta internação em seu papado e agora a mais longa não programada. Em 2021, ele também ficou dez dias no Gemelli, mas para uma cirurgia prevista no intestino.

O boletim anterior, da noite de domingo (23), dizia que ele não tinha tido novas crises respiratórias, como a verificada ao longo do sábado (22), mas apresentava sinais de insuficiência renal. Ele continuava recebendo oxigênio por cateter nasal, mas não tinham sido feitas novas transfusões.

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