
Dois suspeitos de participação em assassinatos no interior de São Paulo seguem presos após operação da Polícia Civil de Americana no último dia 30 de janeiro. As investigações apontam que uma líder religiosa, identificada como Tuta, teria coagido seguidores a cometer os crimes, utilizando a crença deles como forma de manipulação.
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Os casos começaram a ser investigados em novembro de 2024, após o desaparecimento de um funcionário de 55 anos da Secretaria Municipal de Saúde de Vinhedo. Quatro dias depois, colegas de trabalho encontraram o homem morto em sua casa, já em estado de decomposição. A namorada da vítima, Esheley Mendes, também funcionária da rede municipal de saúde, afirmou à polícia que havia passado uma semana na casa de uma amiga, Tuta, e que, ao retornar, encontrou o companheiro morto.
Durante as investigações, a polícia descobriu que o celular da vítima havia sido usado para realizar transferências bancárias no dia do assassinato, totalizando R$ 180 mil. Os valores foram depositados em contas de Esheley e Tuta, o que levantou suspeitas sobre o envolvimento das duas nos crimes.
Em janeiro de 2025, outro caso chamou a atenção das autoridades: o desaparecimento do empresário Davi Aires da Costa, de 63 anos, em Americana. Seis dias após ser dado como desaparecido, seu corpo foi encontrado no Cemitério de Sumaré, com sinais de mutilação e dois tiros na cabeça. Investigadores da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana descobriram que Davi foi visto pela última vez em um terreiro liderado por Tuta, a mesma amiga que havia corroborado a versão de Esheley no caso de Vinhedo.
Com os dois crimes interligados, a polícia identificou outro suspeito: "Pai Fuji", líder religioso em Sumaré, que teria recebido valores em sua conta após o assassinato de Davi. Transferências bancárias também foram feitas para a conta de Tuta, reforçando as suspeitas sobre sua participação nos dois homicídios.
O autor material do assassinato de Davi, segundo as investigações, seria "Fucho", um frequentador do centro religioso de Tuta. Ele teria sido auxiliado por Esheley, que também é suspeita de envolvimento no crime de Vinhedo. Ambos foram presos durante a operação e confessaram participação nos assassinatos, alegando que eram coagidos por Tuta, que usava a religião para ameaçá-los.
Enquanto "Fucho" e Esheley estão sob custódia, Tuta e "Pai Fuji" continuam foragidos. A polícia segue em busca dos dois, que são considerados peças-chave para desvendar os detalhes dos crimes. Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em cidades como Sumaré, Hortolândia, Campinas e Vinhedo, revelando uma trama que envolve manipulação religiosa e crimes violentos.