A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC), deflagrou a Operação Armlock e prendeu, no sábado (22), o professor de jiu-jítsu Alcenor Alves Soeiro, 56, suspeito de abusar e explorar sexualmente de seus alunos. A prisão faz parte da Operação Hagnos, deflagrada nacionalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
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Em coletiva de imprensa nesta segunda (25), a delegada Deborah Ponce de Leão, adjunta da Depca, disse que em 12 de novembro, a Depca recebeu denúncia sobre o homem ter abusado sexualmente dos seus atletas, de 2011 a 2018.
“As investigações apontam que ele teria abusado de meninos que são campeões mundiais de jiu-jítsu e os teria explorado sexualmente, oferecendo presentes e favores, comprando kimono, mediando passagens e estadias para disputa de campeonatos”, contou a delegada.
Segundo a delegada, os abusos sexuais eram praticados durante as estadias e na casa do investigado, onde ele as dopava para consumar os delitos. Havia situações em que o professor dava banho nas vítimas, que já eram adolescentes, e aproveitava a ocasião para tocar nas suas partes íntimas.
“Um dos atletas começou a ser abusado sexualmente em meados de 2018, quando tinha 9 anos. Diante de todos esses relatos, nós angariamos o indício da autoria, a materialidade, e representamos pela prisão temporária dele”, disse a delegada.
Ainda conforme a agente, o homem foi preso em Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, enquanto participava de um campeonato com os seus alunos.
“Ele será recambiado para Manaus o mais rápido possível, já estamos trabalhando nisso. Até o momento, temos cerca de 12 vítimas e temos uma média de seis vítimas ainda para serem ouvidas. Possivelmente, depois da prisão do autor, pode ser que apareçam outras vítimas”, acrescentou.
“Esses garotos, no primeiro momento, tinham um encantamento pelo autor, uma vez que ele é um professor renomado de jiu-jítsu, mas só depois de um tempo eles perceberam o que realmente estava acontecendo. As vítimas, inclusive, tinham vergonha de contar para os seus pais e esse foi um ponto que precisou ser alcançado pela equipe multidisciplinar”.
A delegada reforçou que os pais e responsáveis precisam estar vigilantes em quem acompanha os seus filhos nos treinos e nos campeonatos, ou de preferência, que acompanhem de perto a rotina dos atletas.
“Caso não seja possível acompanhá-los, é necessário que os pais conversem e orientem os seus filhos para quando voltarem das viagens, que eles falem os detalhes do que aconteceu”, enfatizou.
A equipe de investigação teve acesso a mídias pornográficas envolvendo possíveis vítimas, mas os materiais são sigilosos. Além disso, há a informação de que o Alcenor pretendia fugir para Dubai.
“Ele chegou a coagir algumas vítimas, as procurando para pedir perdão, e a uma delas, inclusive, o autor chegou a oferecer que ela fosse em seu lugar para a viagem para Dubai. O professor ainda entrou em contato com a mãe dessa vítima, como uma espécie de coação para que a situação fosse abafada”, explicou Ponce de Leão.
Próximo passo
O professor responderá por estupro de vulnerável e favorecimento sexual e está à disposição da Justiça, aguardando recambiamento para Manaus.